Free Essay

Competencias Relativas a Catalogação

In:

Submitted By lantoniosantos
Words 8852
Pages 36
ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS DA AERONÁUTICA

DIVISÃO DE ENSINO

ARTIGO CIENTÍFICO

COMPETÊNCIAS RELATIVAS À CATALOGAÇÃO NECESSÁRIAS AOS PROFISSIONAIS DE SUPRIMENTO TÉCNICO DO COMAER
Título do Trabalho 270 CÓDIGO

Logística e Mobilização Aeroespaciais LINHA DE PESQUISA

CAP 1/11 Curso e Ano

ARTIGO CIENTÍFICO

COMPETÊNCIAS RELATIVAS À CATALOGAÇÃO NECESSÁRIAS AOS PROFISSIONAIS DE SUPRIMENTO DO COMAER
TÍTULO

LOGÍSTICA E MOBILIZAÇÃO AEROESPACIAIS LINHA DE PESQUISA

06/MAIO/2011 _________________________________________________ DATA

CAP 1/2011 _________________________________________________ CURSO

Este documento é o resultado dos trabalhos do aluno do Curso de Aperfeiçoamento da EAOAR. Seu conteúdo reflete a opinião do autor, quando não for citada a fonte da matéria, não representando, necessariamente, a política ou prática da EAOAR e do Comando da Aeronáutica.

RESUMO O Brasil é signatário, desde 1996, do Sistema OTAN de Catalogação, sistema comum e uniforme para identificação e codificação das informações técnicas de itens de suprimento em uso nas Forças Armadas, com vistas ao aprimoramento do apoio logístico. Desde então, a catalogação vem ocupando uma posição estratégica para o Ministério da Defesa e para o COMAER, o que justifica o tratamento desse assunto sob a ótica da gestão por competências, visto que, segundo Fleury e Fleury (2007), as estratégias devem determinar as competências dos indivíduos da organização. Essa pesquisa teve, pois, o objetivo de diagnosticar as competências técnicas necessárias ao exercício da catalogação e ao uso desta pelos profissionais da área de Suprimento Técnico na execução das atividades de aquisição, armazenagem e distribuição de materiais, previstas no Manual de Suprimento da FAB. Após pesquisa documental, realizada a fim de levantar as etapas do processo de catalogação, as informações por este geradas, e algumas das atividades relativas à Função Logística Suprimento, foram realizadas inferências indutivas, a fim de relacionar os dados de catalogação com as atividades do Suprimento e diagnosticar as competências, tendo por fundamento os enfoques Funcional e Condutista de Mertens e as abordagens sobre competências de Zarifian, Fleury e Fleury e Perrenoud. Como resultado dessa análise, foram estabelecidos dois grupos de competências: aquelas voltadas à execução da catalogação e aquelas voltadas ao uso de seus dados nas atividades de obtenção, armazenagem e distribuição de itens de suprimento, com vistas a um possível aprimoramento na execução das mesmas. Palavras-chave: competências, catalogação, logística, Suprimento Técnico.

ABSTRACT Brazil has adopted, since 1996 the NATO Codification System, a common and uniform system to identify and codify technical data of the items of supply used by Armed Forces, with a view to improve logistics support. Since then, codification has gained a strategic concern within the Ministry of Defense and Air Force, which justifies dealing with this subject under the view of competences, since, according to Fleury and Fleury (2007), strategies must determine the competences of the organization employees. Thus, the aim of this research was, to specify the technical competences necessary to the development of codification and to the use of it by the Supply personnel in activities regarding procurement, storage and distribuition of materials. After documental research, which was carried out with the aim to know the steps of codification process, the data generated by it, and some activities related to Supply Logistic Function, it were realized inductive inferences, with the aim to link codification data with supply activities and to obtain the competences, based on the approaches proposed by Mertens, and the approaches regarding competences by Zarifian, Fleury and Fleury and Perrenoud. As a result, it were established two groups of competences: those related to the execution of codification itself and those related to the use of its data in activities of procurement, storage and distribution of items of supply, with the aim of a possibly improve them. Keywords: competences, codification, logistics, Technical Supply

3

CONSIDERAÇÕES INICIAIS “A Logística é tudo, ou quase tudo, no âmbito das atividades militares, exceto o combate”. Essa frase é atribuída ao Barão Antoine-Henri Jomini, principal teórico militar da primeira metade do século XIX, cujas teorias se mostram influentes até os dias de hoje. A assertiva acima destacada é bastante elucidativa da

importância de um bom gerenciamento logístico para a consecução dos objetivos da Força, e se aplica não apenas em tempo de guerra, mas, igualmente, em tempos de paz. A compreensão moderna do emprego da logística é bastante abrangente; envolve administração de recursos humanos, materiais, transporte e informação. Especificamente no que diz respeito à gestão de materiais, o apoio logístico deve primar para que o item correto esteja no local adequado, no tempo devido. A consecução desse objetivo primordial com o menor custo e a máxima presteza possíveis foi o foco que norteou, no final da Segunda Guerra Mundial, o surgimento do Sistema OTAN1 de Catalogação (SOC), ao qual o Brasil aderiu formalmente em 1996 (vide anexo A). Tal sistema foi idealizado como uma

ferramenta cuja finalidade precípua seria fornecer meios para um gerenciamento eficaz e econômico dos materiais integrantes da cadeia logística. O Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) criou, em 23 de agosto de 1982, o Sistema Militar de Catalogação (SISMICAT), com o objetivo de padronizar, no âmbito dos então existentes três Ministérios militares, as metodologias de identificação e catalogação de materiais, com o intuito de aprimorar o apoio logístico. No entanto, a adesão formal à sistemática de catalogação preconizada pelo SOC somente ocorreu após o ingresso formal do Brasil nesse sistema. O órgão central do SISMICAT é o Centro de Catalogação das Forças Armadas (CECAFA), organização militar pertencente à administração central do Ministério da Defesa (MD), que atua, também, como único ponto de contato entre o Brasil e os demais países integrantes do SOC. A catalogação vem ocupando posição de destaque no âmbito das preocupações estratégicas do MD e da FAB. Nesse sentido, a Política de Logística

1

Organização do Tratado do Atlântico Norte

4

de Defesa estabelece como uma das ações estratégicas para atingir o objetivo de integração logística entre as Forças Armadas, “manter e aperfeiçoar o Sistema Militar de Catalogação 2006). A Diretriz do Comando da Aeronáutica (DCA) 401-1, a qual trata da aplicação da Cláusula Contratual de Catalogação no Comando da Aeronáutica (COMAER), coloca que a identificação e a codificação exercem um papel central dentro do conceito de Suporte Logístico Integrado (SLI), que busca maximizar a efetividade de qualquer sistema, desde a perspectiva operacional e financeira, até o conceito de ciclo de vida total, garantindo que o material esteja pronto para o uso durante o máximo período de tempo com o mínimo uso de recursos (BRASIL, 2007a).

e apoiar o Sistema Nacional de Catalogação” (BRASIL,

Com fulcro nas considerações acima, extraiu-se uma premissa que foi considerada para a construção do tema e do problema da pesquisa: a catalogação é uma atividade de importância estratégica para o MD, e, por conseqüência, para o Comando da Aeronáutica (COMAER). O Manual do Comando da Aeronáutica (MCA) 67-1 (Manual de Suprimento da FAB) coloca a catalogação de material aeronáutico como uma tarefa dentro da atividade de Controle de Suprimento. Porém, os dados produzidos pela

catalogação, são passíveis de serem utilizados por diversos profissionais integrantes da cadeia logística. Esse entendimento é corroborado pela apostila do Curso de Catalogação para o SISMICAT, editada pelo CECAFA, que apregoa que “o catalogador é um profissional da logística. Seu trabalho é, primariamente, apoiar outros profissionais dessa área, provendo informações que possam ser úteis para auxiliá-los em suas atividades” (BRASIL, 2010). Tais constatações levaram à formulação do tema da pesquisa, qual seja o desenvolvimento de competências técnicas relativas à execução da atividade de catalogação e ao uso de seus dados pelos profissionais de suprimento da Força Aérea Brasileira. O tratamento da catalogação sob a ótica do desenvolvimento de competências justifica-se pela premissa anteriormente mencionada sobre a importância estratégica da catalogação e pela abordagem de Fleury e Fleury (2007) sobre competências, conforme abaixo:
No passado, a visão estratégica era privilégio da minoria pensante, situada na cúpula da organização. Hoje, essa visão tem que estar presente em todos os níveis (com diferentes ponderações e significações), fazendo

5

parte das competências do indivíduo (grifo nosso).

Com relação à Função Logística Suprimento, crítica para o apoio logístico, o MCA 67-1 estipula uma atividade que pode ser considerada como a essência do que se espera dessa função, qual seja “realizar as ações necessárias à obtenção, armazenagem, distribuição e controle dos itens para aplicação no ressuprimento de material aeronáutico, de acordo com as instruções estabelecidas pelo órgão de Direção” (BRASIL, 2007b). Além dessa, o referido manual também coloca a

atividade de catalogação de material aeronáutico como atribuição dessa Função Logística. Assim sendo, considerando o aspecto estratégico da catalogação, a implicação deste na necessidade do desenvolvimento de competências e as atividades supramencionadas, inerentes ao Suprimento, elaborou-se o problema fundamental que a pesquisa realizada tencionou responder: Que competências técnicas necessitam ser desenvolvidas nos profissionais do Suprimento Técnico do COMAER, de modo que possam executar a catalogação de materiais e empregá-la no cumprimento das atividades de obtenção, armazenagem e distribuição de material aeronáutico? As seguintes questões norteadoras orientaram a pesquisa, no sentido de tentar responder ao problema acima enunciado: a) quais são as etapas do processo de catalogação de um item de suprimento nos moldes do SOC/SISMICAT? b) que dados são gerados pelo processo de catalogação de um item de suprimento? c) como as tarefas de obtenção, armazenagem e distribuição de suprimentos catalogação? O objetivo geral desse trabalho foi diagnosticar as competências técnicas necessárias ao exercício da catalogação e ao uso desta pelos profissionais da área de Suprimento Técnico na execução das atividades de aquisição, armazenagem e distribuição de materiais previstas no Manual de Suprimento da FAB. Para que essa pesquisa atingisse ao objetivo geral supracitado, os seguintes objetivos específicos foram perseguidos: a) identificar as etapas e tarefas que compõem o processo de catalogação podem se beneficiar dos dados produzidos pela

6

de um item de suprimento nos moldes do SOC; b) identificar que informações são proporcionadas pelos catálogos de itens de suprimento elaborados nos moldes do SOC; c) identificar como os dados produzidos pela catalogação podem auxiliar na execução das tarefas de obtenção, armazenagem e distribuição de itens de suprimento.

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na seção anterior mencionou-se a consideração da catalogação como atividade de importância estratégica para o MD e para o COMAER. Tal conclusão foi atingida depois da análise de alguns documentos doutrinários do MD e do COMAER, conforme se segue. A Estratégia Nacional de Defesa (END) descreve os três eixos estruturantes em torno dos quais se organiza. O primeiro eixo estruturante aborda,

fundamentalmente, a necessidade de integração entre as Forças, devendo as mesmas “operar em rede - entre si e em ligação com o monitoramento do território, do espaço aéreo e das águas jurisdicionais brasileiras”. (BRASIL, 2008). Não é possível pensar-se em operações conjuntas das Forças Armadas sem se pensar em estratégias de integração dos mecanismos de apoio logístico. Nesse sentido, ressalta-se que um dos propósitos do SOC, conforme definido no Manual OTAN de Catalogação, é facilitar a interoperabilidade, permitir a intercambialidade e promover a padronização, no que se refere à identificação de materiais. Por sua vez, a Política de Logística de Defesa estabelece como macroobjetivo “proporcionar à Expressão Militar do Poder Nacional um sistema de apoio logístico adequado e contínuo desde a situação de normalidade até a de guerra” (BRASIL, 2006). Um dos objetivos traçados para atingir esse macro-objetivo é

integração logística entre as Forças Armadas, o qual tem como uma das ações estratégicas “manter e aperfeiçoar o Sistema Militar de Catalogação e apoiar o Sistema Nacional de Catalogação” (BRASIL, 2006). Na Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira (DCA 1-1) está estipulado que “no desenvolvimento ou aquisição de novos sistemas bélicos, é fundamental que a logística esteja presente em todas as fases do ciclo de vida de sistemas e materiais

7

[...]” (BRASIL, 2005). Nesse sentido, a DCA 401-1 assevera que a aplicação da catalogação deve ser efetivada à luz do ciclo de vida dos materiais e sob o firme argumento de que o ônus financeiro decorrente, antes de significar em dispêndio a fundo perdido, constitui-se em lucrativo investimento e garantia do suporte logístico necessário ao pleno emprego da Força. (BRASIL, 2007a).

Uma vez identificado o valor estratégico da catalogação, cabe ressaltar que a vinculação entre estratégia e competências é pertinente, pois, como asseveram Fleury e Fleury (2007), “as estratégias definem as competências e estas se refletem na escolha das estratégias”. Zarifian (2008) propõe três abordagens que se complementam para a construção do conceito de competência: a) “a competência é o tomar iniciativa e o assumir responsabilidades do indivíduo diante de situações profissionais com as quais se depara” (Zarifian, 2008, p.68); b) “ a competência é um entendimento prático de situações que se apóia em conhecimentos adquiridos e os transforma na medida em que aumenta a diversidade das situações” (Zarifian, 2008, p.72); c) “a competência é a faculdade de mobilizar redes de atores em torno das mesmas situações, é a faculdade de fazer com que esses atores compartilhes as implicações de suas ações [...]” (Zarifian, 2008, p.74). Fleury e Fleury (2007) denominam as abordagens acima, respectivamente, como competências de negócio, competências técnicas e competências sociais. Por motivo das limitações desta pesquisa, foram consideradas como objeto de investigação apenas as competências técnicas relativas à catalogação, ou seja, aquelas que se apóiam em conhecimentos adquiridos sobre o processo de catalogação e sobre os dados produzidos por esse processo. Perrenoud (1999) assevera que “para enfrentar uma situação da melhor maneira possível, deve-se, via de regra, por em ação e em sinergia vários recursos cognitivos complementares, entre os quais estão os conhecimentos”. A visão de competência que foi adotada nessa pesquisa se alinha com essa abordagem:

competência não é sinônimo de conhecimento; porém, o desenvolvimento de uma competência não pode prescindir de conhecimentos que possam ser mobilizados para a execução de uma tarefa ou para a solução de um problema.

8

Com relação ao mapeamento de competências, Mertens (2001) destaca três enfoques, a saber: a) Construtivista: busca definir qual é o desempenho que o trabalhador deve apresentar para resolver as disfunções da organização; b) Funcional: identifica as funções essenciais em que o trabalhador deve comprovar sua capacidade de desempenho; e c) Condutista: define as capacidades e características de um indivíduo para alcançar um desempenho superior. O enfoque Construtivista não foi utilizado, por partir de uma análise de disfunções apresentadas pela organização, o que fugiu ao escopo desta pesquisa. Já o modelo Funcional se refere ao desempenho que o trabalhador deve comprovar, o qual deriva da análise das funções que compõem o processo produtivo. Esse modelo é o mais indicado para ser aplicado no nível operacional e se limita aos aspectos técnicos envolvidos (Mertens, 1996, apud Cardoso, 2006). O enfoque Condutista aplica-se, em geral, aos níveis de direção na organização e circunscreve-se às capacidades que se destacam diante de circunstâncias não pré-definidas. Esse modelo, segundo Mertens (2001), está

associado à definição de competências que levem a um desempenho profissional superior.

2 METODOLOGIA

A pesquisa realizada pode ser classificada, de acordo com o sistema de classificação de GIL (2007), como sendo uma pesquisa descritiva, na medida em que procurou descrever características inerentes às competências necessárias ao desenvolvimento da atividade de catalogação e à utilização dos dados provenientes desta pelos profissionais de Suprimento Técnico nas atividades de obtenção, armazenagem e distribuição de materiais. Atinente ao procedimento técnico utilizado, ainda segundo o critério proposto por GIL (2007), foi efetuada uma pesquisa documental no Manual de Suprimento da FAB, na apostila do Curso de Catalogação para o SISMICAT, editada pelo CECAFA, e no Manual de Catalogação da OTAN, a fim de colher os dados que foram analisados para se chegar à resposta ao problema enunciado.

9

O diagnóstico das competências necessárias à atividade de catalogação foi feito mediante inferência indutiva a partir dos dados coletados, tendo por fundamentação os modelos Funcional e Condutista de Mertens. Ressalte-se que o mapeamento de competências a partir de análises documentais é um dos métodos mais usuais, segundo Carbone et. al. (apud Cardoso, 2006). Acerca da inferência por indução, Cooper e Schindler (2001) asseveram, em sua obra “Introdução à Pesquisa em Administração”, que “induzir é tirar uma conclusão a partir de um ou mais fatos em particular ou de determinadas provas”. O método que foi utilizado para diagnosticar as competências em tela é aderente a essa abordagem, uma vez que essas foram o resultado geral (conclusão) a que se chegou depois da a análise dos dados levantados. Tais dados foram o processo de catalogação, os dados produzidos por esse processo e as atividades de catalogação, obtenção, armazenagem e distribuição de materiais, colhidas do Manual de Suprimento da FAB (fatos em particular). Como os profissionais de suprimento são responsáveis pela catalogação em si e podem, também, utilizar seus dados em outras tarefas, verificou-se a necessidade de se dividir as competências diagnosticadas em dois grupos, conforme abaixo: a) competências necessárias à execução da atividade de catalogação em si (enfoque funcional de Mertens): tais competências foram inferidas a partir da análise das etapas e tarefas do processo de catalogação de um item de suprimento, obtidas após a pesquisa documental

supramencionada; b) competências relativas à catalogação necessárias ao profissional de suprimento para o aprimoramento no desempenho das atividades de obtenção, armazenagem e distribuição (enfoque condutista de Mertens): para a inferência de tais competências foi elencada uma tarefa relacionada a cada aspecto (obtenção, armazenagem e distribuição) e, a partir dos dados apurados como resultantes do processo que deveriam ser de conhecimento dos profissionais de suprimento, foram inferidas as competências.

10

3 ETAPAS DO PROCESSO DE CATALOGAÇÃO DE UM ITEM DE SUPRIMENTO

Conforme explicitado nos aspectos iniciais do presente artigo, a primeira das questões norteadoras refere-se à elucidação das etapas que compõem o processo de catalogação de um item de suprimento. A fim de responder a essa questão, foi conduzida uma pesquisa documental no Manual de Catalogação da OTAN , o Allied Codification Publication nº 12 (ACodP-1), cuja versão em vigor é a de Janeiro de 2011, e na apostila do Curso de Catalogação para o SISMICAT, edição de 2010, editada pelo CECAFA. O processo de catalogação de itens de suprimento apregoado pelo SOC/SISMICAT compreende as seguintes etapas: coleta de dados, identificação, atribuição de NATO3 Stock Number (NSN) e registro em catálogo. Dessas etapas, as duas primeiras são realizadas no âmbito das agências de catalogação da Força, e as duas últimas pelo CECAFA. A etapa de coleta de dados, na qual são reunidas as informações necessárias à identificação do item, é subsidiada pela inclusão da cláusula contratual de catalogação nos contratos de aquisição de materiais ou equipamentos. A aplicação dessa cláusula “nos editais e contratos se configura como o meio mais eficiente para obtenção dessas informações” (BRASIL, 2007). Durante a coleta de dados são reunidas documentações técnicas sobre o item que se pretende catalogar, preferencialmente obtidas junto ao seu fabricante, ou em normas de padronização e especificação, “emitidas por órgãos competentes nacional ou internacionalmente para essa função dentro de sua área de atuação” (BRASIL, 2010). Pode-se usar, como recurso nessa etapa, a solicitação de esboços de

catalogação ao fabricante. Faz parte, ainda, da etapa de coleta de dados, a pesquisa nos principais catálogos de item de suprimento do SOC, a fim de determinar se o item que se pretende catalogar porventura já não recebeu NSN, atribuído no país ou no exterior. O fundamento para esse procedimento é o princípio mais importante desse sistema,

2 3

Allied Codification Publication Nº 1 – Publicação de Codificação Aliada Nº 1. North Atlantic Treaty Organization – denominação, no idioma ingles, da OTAN.

11

qual seja: “um item, um NSN” (NATO MAINTENANCE AND SUPPLY AGENCY, 2011). Depois de reunidas as informações e documentações técnicas pertinentes, o catalogador pode passar à etapa de identificação do item, a qual é subdividida em quatro tarefas, quais sejam: referências e descrição. atribuição de nome, classificação, atribuição de

3.1 ATRIBUIÇÃO DE NOME

O SOC/SISMICAT prevêem que os itens catalogados devem possuir um nome padronizado, chamado de nome aprovado, a partir do qual o material passa a ser conhecido no sistema. A cada nome aprovado é atribuído um código de 5

dígitos numéricos chamado Item Name Code (INC), o qual é reconhecido internacionalmente, no âmbito de todos os países signatários do SOC. O nome aprovado correto a cada item deve ser pesquisado em um diretório mantido pela OTAN, chamado de Allied Codification Publication Nº 3 (ACodP-3), o qual foi traduzido para o português e integra a estrutura do Catálogo Brasileiro de Itens e Empresas (CAT-BR). 3.2 ATRIBUIÇÃO DE GRUPO E CLASSE

Tendo sido encontrado o nome aprovado adequado ao item que se pretende catalogar, deve este ser incluído em uma das classes previstas no sistema, as quais se encontram também em um diretório mantido pela OTAN, o Allied Codification Publication Nº 2 (ACodP-2). O ACodP-2 foi, a exemplo do ACodP-3, traduzido para o português, também integrando a estrutura do CAT-BR. A classe, no SOC e no SISMICAT, é identificada por um código de 4 dígitos numéricos, dos quais os dois primeiros representam o grupo, como por exemplo: o grupo 10 é o grupo de armamentos. Dentro desse grupo, a classe 1005 refere-se a armas de calibre até 30 mm; a classe 1040 diz respeito a armamentos e equipamentos de guerra química, e assim por diante.

12

3.3 ATRIBUIÇÃO DE REFERÊNCIAS

A atribuição de referências constitui uma das tarefas mais complexas da etapa de identificação do item de suprimento, dada a extensa carga conceitual necessária à correta condução dessa tarefa. A referência, para o SISMICAT, é composta pela junção de dois dados distintos: o Código de Empresa (CODEMP) e o part number (número de peça ou PN). O CODEMP é um código alfanumérico de 5 posições que identifica uma empresa cadastrada no âmbito do SOC/SISMICAT. O PN é a designação pela qual o fabricante reconhece o item em sua linha de produção. Após associar a referência ao item, cabe ao catalogador aplicar os qualificadores da referência, códigos que denotam diversos aspectos relacionados à referência que serão imprescindíveis ao usuário. É justamente nessa etapa de qualificação da referência que reside a maior complexidade de todo o processo de identificação, pois exige do catalogador grande conhecimento dos códigos e elevado nível de discernimento para que julgue corretamente o código mais aplicável dentro de cada um dos qualificadores, de acordo com a situação concreta. O apêndice A traz uma explicação sobre os

qualificadores de referência existentes. Embora seja uma prática que deve ser evitada, é possível pautar a identificação de um item apenas no nome aprovado, na classe e nas referências, sem a elaboração de uma descrição. Dá-se a essa prática o nome de método referencial de identificação.

3.4 DESCRIÇÃO

A tarefa da descrição consiste em, com base nas informações técnicas reunidas na etapa de coleta de dados, enumerar as características técnicas do item de suprimento que está sendo catalogado. Essa enumeração deve ser feita de maneira padronizada e codificada, de acordo com documentos chamados Federal Item Identification Guides4 (FIIG), publicações emitidas e gerenciadas pelo Defese

4

Guias Federais de Identificação de Itens

13

Logistics Information Service5 (DLIS), órgão pertencente ao Departamento de Defesa norte-americano. A tarefa de descrição de um item de suprimento com base nos FIIG se reveste de grande complexidade, pois muitos são os códigos e conceitos envolvidos, os quais devem ser plenamente dominados pelo catalogador. A título de ilustração dessa complexidade, o apêndice B traz os elementos que compõem a estrutura básica de uma característica codificada segundo as regras do Military Standard Item Characteristics Coding Structure6 (MILSTICCS). À utilização de dados descritivos para compor a identificação do item dá-se o nome de método descritivo, o qual se subdivide em completo, quando se inclui todas as características enumeradas pelo FIIG como obrigatórias para uma perfeita identificação, ou parcial, quando, ao menos, uma dessas características não for incluída. Se o método utilizado na identificação de um item não foi o descritivo completo, é obrigatório justificar o porquê de tal fato, mediante o código de justificativa do tipo de identificação.

3.5 ATRIBUIÇÃO DE NSN

Uma vez cumprida a etapa de identificação, a Força emite ao CECAFA um pedido de atribuição de NSN para o item. Nesse órgão, é procedida uma verificação da correção dos dados e, caso nenhuma discrepância seja encontrada, o NSN é atribuído. O NSN é um código numérico de 13 dígitos que identifica, univocamente, um item dentro do SOC/SISMICAT. Na estrutura do NSN, os quatro primeiros dígitos correspondem à classe atribuída ao item; os dois dígitos seguintes são chamados de Índice de Procedência de Catalogação (IPC), e identificam o país catalogador (no caso do Brasil, o IPC será sempre 19); os sete dígitos restantes são um número seqüencial não significativo. Uma vez atribuído um NSN a um item, este código jamais poderá ser reutilizado para outro item, mesmo que o original seja cancelado.
5 6

Serviço de Informações Logísticas de Defesa

Estrutura Padronizada de Codificação de Características de Item – documento elaborado pelo DLIS que dá diretivas sobre como as características dos materiais devem ser codificadas, sendo, portanto, o documento que orienta a criação de novos FIIG.

14

O NSN designa um item de suprimento, ou seja, um item que atende a uma necessidade dentro da cadeia logística, enquanto que o número de referência designa itens de produção, ou seja, itens disponíveis para aquisição no mercado. A transmissão das solicitações de atribuição de NSN e outras manutenções possíveis em dados de catalogação é feita por meio de transações eletrônicas, as quais devem ser de pleno domínio do catalogador.

3.6 REGISTRO EM CATÁLOGO

Uma vez atribuído o NSN, o CECAFA inclui o item catalogado no CAT-BR, de modo que este fique visível para todos os integrantes do SISMICAT, que poderão, inclusive, registrarem-se como usuários do mesmo. Além disso, a cada dois meses, o CECAFA envia sua base de dados à NATO Maintenance and Supply Agency7 (NAMSA), para composição do NATO Master Catalogue of References for Logistics8 (NMCRL), catálogo que congrega todos os NSN atribuídos pelos integrantes do SOC. Dessa forma, um item catalogado no Brasil adquire visibilidade internacional. No anexo B é apresentado um relatório de um item, extraído do CAT-BR, a fim de ilustrar como as informações dos NSN são disponibilizadas aos usuários. Assim, respondeu-se a primeira questão norteadora formulada e atingiu-se o primeiro objetivo específico, na medida em que foram identificadas as etapas do processo de catalogação de um item de suprimento nos moldes do SOC/SISMICAT.

4 DADOS GERADOS PELO PROCESSO DE CATALOGAÇÃO DE UM ITEM DE SUPRIMENTO

Os dados gerados depois de concluído o processo de catalogação de um item de suprimento permitem ao usuário construir um vasto conjunto de informações relativas ao item, úteis nas mais diversas fases da Logística.
7 8

Agência de Suprimento e Manutenção da OTAN. Catálogo Principal da OTAN de Referências para a Logística.

15

No âmbito do SOC e do SISMICAT, os dados que compõem a identificação de um item são agrupadas nos chamados segmentos de dados. Segundo o ACodP1, os segmentos são agrupamentos de dados normalmente associados ou funcionalmente reunidos. Os segmentos de dados que compõem as informações de identificação são os seguintes: Segmento A (dados de identificação), segmento B (dados de usuário), segmento C (dados de referência), segmento E (dados de padronização), segmento H (dados logísticos), segmento V (dados descritivos) e segmento W (dados de embalagem). Os segmentos E, H e W não são empregados no SISMICAT, porém o são em outros sistemas, como no norte-americano, por exemplo, e seus dados podem ser visualizados no catálogo de itens de suprimento dos Estados Unidos, o FED LOG, bastante utilizado pelo pessoal de Suprimento. O apêndice C traz uma explanação sobre os segmentos utilizados no SOC/SISMICAT, com a indicação dos dados que compõem cada um dos segmentos abordados. Dessa forma, respondeu-se à segunda questão norteadora formulada e atingiu-se o segundo objetivo específico da pesquisa, uma vez que foram identificados os dados resultantes da catalogação de um item de suprimento.

5 ATRIBUIÇÕES DO NÍVEL CENTRAL DA FUNÇÃO LOGÍSTICA SUPRIMENTO

A Função Logística Suprimento foi organizada, na Força Aérea, em três níveis funcionais, quais sejam: Direção, Central e Remoto. O nível Direção, “onde se situam as ações de planejamento, assistência, coordenação e controle da atividade de suprimento” (BRASlL, 2007b) é executado pela Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (DIRMAB). No nível Central, “a atividade de suprimento é normalmente desempenhada pelos Parques de Material Aeronáutico, por meio das Subdivisões de Suprimento” (BRASIL, 2007b). No nível Remoto, as atividades da função logística suprimento são normalmente desempenhas pelos Esquadrões de Suprimento e Manutenção. Devido às necessidades de limitação do escopo dessa pesquisa, considerou-se na análise apenas as atividades do nível Central de Suprimento, o qual engloba as atribuições dos setores de suprimento dos Parques de Material

16

Aeronáutico da FAB. Após a análise de tais atribuições, elencaram-se três, sendo uma relativa à aquisição, outra relativa à armazenagem e a última relacionada à distribuição, a fim de que pudesse ser demonstrada a influência dos dados de catalogação sobre as mesmas. Atinente à atividade de armazenagem, destaca-se uma atribuição prevista no item 2.2.2.1.2 do MCA 67-1, qual seja: “manter os itens entregues sob a sua guarda em bom estado de conservação, devidamente preservados e embalados, obedecendo a todas as normas de armazenagem”. Diversos dados contidos nos segmentos H e W (vide apêndice C) proporcionam informações que podem auxiliar os suprimentistas na execução dessa atribuição, tais como tempo máximo de vida em prateleira, o código de armazenagem controlada, código do método de preservação, código do tipo de material da embalagem, entre outros. Assim, após análise dos dados supracitados, verificou-se que os dados acima mencionados podem proporcionar, de maneira imediata, mediante simples consulta a um catálogo, informações que podem contribuir para a eficácia da armazenagem. Dessa constatação, infere-se que, se o profissional detiver

competências que o permitam empregar com proficiência tais informações, seu desempenho poderá ser aprimorado, conclusão esta que se alinha com a

abordagem Condutista das competências. Raciocínio análogo foi empregado para as atividades que se seguem. Atinente à atividade de obtenção, o MCA 67-1 assevera que é atribuição dos setores de suprimento dos Parques de Material Aeronáutico “realizar as ações necessárias à obtenção, (...) dos itens, para aplicação no ressuprimento de material aeronáutico (...)” (BRASIL, 2007b). Sobre esse assunto, o item 4.1 do referido

Manual destaca a importância do estabelecimento de uma linguagem padronizada de identificação (a catalogação) para o sucesso do processo de obtenção, uma vez que o mecânico que necessita de uma peça tem a garantia de que o suprimento providenciará exatamente a peça necessitada, visto que ambos a reconhecem da mesma forma. A associação de uma linguagem padronizada de identificação à catalogação se justifica, uma vez que, conforme visto na seção 4, uma das etapas do processo de catalogação consiste em elaborar uma descrição padronizada dos itens de

17

suprimento, com fulcro nas orientações e códigos determinados pelos FIIG. Dessa forma, ao se disponibilizar um item com uma descrição padronizada (dado do segmento V) em um catálogo acessível tanto ao pessoal de manutenção quanto ao pessoal de suprimento (caso do CAT-BR), estar-se-á propiciando a ambos os setores uma especificação unificada do material. Ainda em relação ao quesito obtenção, os dados do segmento C proporcionam informações relevantes, uma vez que trata das referências fabris segundo as quais os itens são reconhecidos nas suas respectivas linhas de produção ou nos catálogos dos fornecedores. No entanto, para a plena utilização desse grupo de dados, é necessário o domínio das informações proporcionadas pelos qualificadores da referência, visto que são estes códigos que informam a natureza do número de referência e a possibilidade de aquisição junto ao CODEMP a ele atrelado, entre muitas outras informações (vide apêndice A). Outra informação relevante do ponto de vista da obtenção pode ser obtida no segmento H, qual seja o preço unitário do item. Em relação à distribuição, pode ser destacada a atribuição prevista no item 2.2.2.1.3 do MCA 67-1, qual seja “manifestar os volumes a serem despachados e encaminhá-los aos terminais de carga, utilizando o meio de transporte adequado”. Pôde-se verificar que diversos dados proporcionados pela catalogação (em especial pelos segmentos H e W) são úteis no momento em que se estiver realizando o planejamento do transporte de materiais aos seus destinos, tais como o código de armazenagem controlada, código de tipo de estocagem e todas as informações relativos a peso, dimensões e cubagem do item, as quais são fatores necessários ao planejamento do modal a ser utilizado no transporte dos materiais. Dessa forma, respondeu-se à terceira questão norteadora formulada e atingiu-se o terceiro objetivo específico, uma vez que foi identificado como as atividades de obtenção, armazenagem e distribuição, da Função Logística Suprimento, podem ser beneficiadas pelos dados gerados pelo processo de catalogação.

18

6 COMPETÊNCIAS TÉCNICAS NECESSÁRIAS À EXECUÇÃO DA ATIVIDADE DE CATALOGAÇÃO

Conforme explicitado na seção relativa à metodologia, o estabelecimento das competências necessárias à atividade de catalogação foi feito por inferências indutivas a partir dos dados levantados, tendo por base os enfoques Funcional e Condutista de Mertens. Dessa forma, tendo sido elucidadas as etapas do processo de catalogação de um item de suprimento, pôde-se, a partir destas, inferir as competências técnicas necessárias a um catalogador, profissional que estará encarregado de executar a maioria das etapas do processo em tela. Tais competências são apresentadas a seguir, resultantes de inferências a partir das atividades que o catalogador deve realizar (enfoque funcional de Mertens).

ETAPA DO PROCESSO DE CATALOGAÇÃO Coleta de dados

COMPETÊNCIAS TÉCNICAS INFERIDAS  Saber reconhecer um item de suprimento, diferenciando-o de um item de produção;  Saber elaborar um esboço de catalogação;  Reconhecer os tipos de documentos que podem ser empregados na catalogação;  Interpretar uma cláusula contratual de catalogação;  Dominar as técnicas de consulta aos catálogos de item de suprimento dos EUA, do Brasil e da OTAN;  Dominar o idioma inglês em nível de leitura e escrita.  Dominar o idioma inglês em nível de leitura e escrita;  Ser capaz de empregar os princípios aplicados à atribuição de nomes aprovados aos itens;  Dominar as técnicas de pesquisa nos diretórios de nomes aprovados do Brasil e da OTAN;  Ser capaz de empregar os princípios aplicados à classificação de itens no SISMICAT;  Dominar as técnicas de pesquisa nos diretórios de classes do Brasil e da OTAN;  Ser capaz de distinguir os métodos de identificação no âmbito do SISMICAT, conhecendo as peculiaridades e restrições de cada um;  Saber capaz de empregar corretamente o código de justificativa do tipo de identificação adotado;  Ser capaz de distinguir os tipos de

Identificação do item de suprimento

19

informações que podem ser utilizadas como números de referências no SISMICAT;  Dominar os princípios necessários ao cadastramento de empresas e atribuição de CODEMP no âmbito do SISMICAT e do SOC;  Ser capaz de formatar corretamente um número de referência de acordo com as regras do SISMICAT e do SOC;  Empregar corretamente e interpretar todos os qualificadores da referência;  Descrever e codificar itens a partir das informações da documentação técnica (por vezes em inglês), de acordo com os princípios e técnicas dos FIIG; Atribuição de NSN  Identificar corretamente a transação necessária para solicitar a atribuição de NSN ao CECAFA;  Interpretar corretamente a transação de resposta emitida pelo CECAFA ou pela COA, sobretudo em se tratando de notificação de erro. Registro em catálogo Etapa executada inteiramente pelo CECAFA, sem a intervenção do catalogador da Força. Quadro 1 – Competências técnicas inferidas para a execução da catalogação. Fonte: autor.

7

COMPETÊNCIAS

TÉCNICAS

NECESSÁRIAS

AO

EMPREGO

DA

CATALOGAÇÃO NA OBTENÇÃO, ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL AERONÁUTICO

O diagnóstico das competências técnicas necessárias ao emprego dos dados de catalogação para a obtenção, armazenagem e distribuição de material aeronáutico fundamentou-se no enfoque Condutista descrito por Mertens. Tal fundamentação é justificada, uma vez que a abordagem condutista busca competências necessárias a um desempenho superior da atividade laborativa. Nesse sentido, vislumbrou-se que o desenvolvimento de competências relacionadas à atividade de catalogação nos profissionais da área de suprimento poderia levá-los a aprimorar seu desempenho na execução das atividades de obtenção, armazenagem e distribuição de material aeronáutico. Dessa forma, a partir da pesquisa documental realizada no Manual de Suprimento da FAB, a qual teve o objetivo de levantar aspectos importantes das atividades da Função Logística Suprimento, a fim de identificar pontos de convergência destas com os dados produzidos pela catalogação, puderam-se inferir

20

as seguintes competências técnicas necessárias às atividades de obtenção, armazenagem e distribuição de materiais: a) b) dominar os aspectos gerais da metodologia de identificação de itens; dominar as técnicas de consulta aos catálogos de item de suprimento dos EUA, do e da OTAN, em especial da busca por características e busca por referências; c) dominar as técnicas de elaboração da cláusula contratual de catalogação; d) e) dominar o idioma inglês em nível de leitura e escrita; ser capaz de interpretar corretamente os qualificadores da referência para subsidiar a decisão e os procedimentos de obtenção de itens aeronáuticos; f) g) ser capaz de identificar o preço unitário do item no segmento H; ser capaz de identificar os códigos dos segmentos H e W que trazem informações úteis ao planejamento e execução das atividades de armazenagem de material aeronáutico; h) ser capaz de identificar os códigos dos segmentos H e W que trazem informações úteis ao planejamento e execução das atividades de distribuição de material aeronáutico. Dessa forma, respondeu-se à questão fundamental que constituiu o problema da pesquisa e atingiu-se o objetivo geral da mesma, na medida em que foram diagnosticadas as competências técnicas necessárias ao exercício da catalogação e ao uso desta pelos profissionais da área de Suprimento Técnico na execução das atividades de aquisição, armazenagem e distribuição de materiais previstas no Manual de Suprimento da FAB.

CONCLUSÃO

Essa pesquisa teve o objetivo de diagnosticar as competências técnicas necessárias ao exercício da catalogação a ao uso desta pelos profissionais da área de Suprimento Técnico na execução das atividades de aquisição, armazenagem e distribuição de materiais previstas no Manual de Suprimento da FAB. O ponto de partida para a definição do tema do presente trabalho foi a

21

constatação, após a análise de diversos dispositivos doutrinários do Ministério da Defesa e da Força Aérea, de que a catalogação ocupa uma posição estratégica no âmbito dessas instituições. Nessa qualidade, torna-se necessária uma clara

definição das competências a ela inerentes, a fim de que os objetivos estratégicos sejam atingidos. Tais competências foram apresentadas nas seções 6 e 7 do presente artigo, e, dessa forma, foi respondido ao problema fundamental que norteou essa pesquisa, qual seja, que competências técnicas necessitam ser desenvolvidas nos

profissionais do Suprimento Técnico do COMAER, de modo a que possam executar a catalogação de materiais e empregá-la no cumprimento das atividades de obtenção, armazenagem e distribuição de material aeronáutico? Com o resultado dessa pesquisa, espera-se ser possível aos órgãos competentes do COMAER verificar se os profissionais da área de Suprimento Técnico estão tendo as condições necessárias, sobretudo em termos de conhecimento, para desenvolver as competências mapeadas, a fim de que possam se beneficiar de todas as vantagens oferecidas pela catalogação na condução de suas tarefas. Com isso, o ganho, certamente, será da Força Aérea como um todo, visto que contará com profissionais de logística mais capacitados a enfrentar os diuturnos desafios que essa atividade impõe. Sugere-se, em pesquisas futuras, que se investigue se os currículos dos cursos de formação e especialização da área de Suprimento estão privilegiando o desenvolvimento das competências mapeadas. Sugere-se, ainda, que se

pesquisem as relações entre a catalogação e outras funções logísticas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Gabinete do Comandante da Aeronáutica. DCA 1-1: Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira. Brasília, DF, 2005. BRASIL. Comando da Aeronáutica. Estado-Maior da Aeronáutica. DCA 2-1: Doutrina de Logística da Aeronáutica. Brasília, DF, 2003. BRASIL. Comando da Aeronáutica. Estado-Maior da Aeronáutica. DCA 401-1: Cláusula Contratual de Catalogação. Brasília, DF, 2007a.

22

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico. MCA 67-1: Manual de Suprimento. Rio de Janeiro, RJ, 2007b. BRASIL. Decreto n. 6.703, de 18 de dezembro de 2008. Aprova a Estratégia Nacional de Defesa e dá outras providências. BRASIL. Ministério da Defesa. Centro de Catalogação das Forças Armadas. Curso de Catalogação para o SISMICAT. Rio de Janeiro, RJ, 2010. BRASIL. Portaria Normativa n. 1.890/MD, de 29 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a Política de Logística de Defesa (PLD). CARDOSO, Gilson da Silva. Mapeamento das Competências Funcionais: Estudo de Caso em uma Empresa de Celulose e Papel. 2006. 154 f.. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal Tecnológica do Paraná, Ponta Grossa, 2006. COOPER, Donald e SCHINDLER, Pamela. Métodos de Pesquisa em Administração. São Paulo: Artmed, 2001. FLEURY, Afonso e FLEURY, Maria Tereza Leme. Estratégias Empresariais e Formação de Competências: Um Quebra-Cabeça Caleidoscópico da Indústria Brasileira. São Paulo: Atlas, 2007. GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. MERTENS, Leonard. Competencia Laboral: Sistemas, Surgimiento y Modelos. Montevideo: Cinterfor/OIT, 2001. LUTTWAK, Edward. Estratégia: A Lógica da Guerra e da Paz. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 2009. NATO MAINTENANCE AND SUPPLY AGENCY. NATO Manual on Codification. Grão Ducado de Luxemburgo, 2011. 874p. PERRENOUD, Philippe. Construir as Competências Desde a Escola. Porto Alegre: Artmed, 1999. ZARIFIAN, Philippe. Objetivo Competência: Por Uma Nova Lógica. São Paulo: Atlas, 2001.

APÊNDICE A – Qualificadores da referência

a) Código de Formato do Número de Referência (RNFC):

indica se

houve a necessidade de modificar algum caracter do número de referência antes de incluí-lo no sistema. Essa necessidade pode ocorrer devido ao fato de o SOC admitir apenas o padrão EBCDIC 9 de caracteres, o qual se mostra bastante limitado, se comparado aos padrões modernos. Existem 4 códigos de RNFC possíveis de serem aplicados; b) Código de Categoria do Número de Referência (RNCC): código que indica que tipo de informação foi utilizada como número de referência (um part number, uma norma de especificação, um desenho técnico etc.). Existem 12 códigos de RNCC possíveis de serem aplicados; c) Código de Variação do Número de Referência (RNVC): qualificador que estabelece a exata relação entre o item de produção identificado pelo part number e o item de suprimento que está sendo catalogado. Esse qualificador permite saber se o número de referência necessita de informações adicionais para indicar o item específico que se deseja catalogar. Existem 5 códigos RNVC possíveis de serem aplicados; d) Código de Disponibilidade de Documentação (DAC): código que

indica qual o tipo de documentação técnica relativa ao número de referência citado e a sua disponibilidade junto à entidade responsável pela sua inclusão. Este código dá, também, a indicação sobre um

possível nível de classificação aplicável à documentação. Existem 17 códigos DAC possíveis de serem aplicados. e) Código da Agência Responsável pela Referência (RNAAC): código que identifica a agência de catalogação responsável pela inclusão da referência na base de dados do SISMICAT. Apenas essa agência e o CECAFA estão autorizados a modificar ou excluir a referência do item catalogado. Não há regras complexas que o catalogador deva observar

9

Extended Binary Coded Decimal Interchange Code – Codificação de caracteres 8 bits criada pela IBM no início dos anos 1960.

3

para aplicar esse catalogador, visto que o mesmo já é automaticamente atribuído à agência de catalogação à qual o catalogador está vinculado; f) Código de Status do Número de Referência (RNSC): este código

informa se, e em que condições, um determinado item de produção está disponível para aquisição junto ao CODEMP associado ao número de referência. Esta informação é fundamental para orientar o usuário

quanto à possibilidade de obtenção do item. Existem oito códigos RNSC possíveis de serem aplicados.
g) Código de Justificativa do Número de Referência (RNJC):

a princípio, o SISMICAT não permite a criação de duplicidades de identificação de itens de suprimento, entendidas essas como atribuição de dois ou mais NSN para a mesma referência. Porém, existem casos em tal situação pode ser necessária, como, por exemplo, quando o fabricante atribui o mesmo part number para itens que, do ponto de vista do catalogador são diferentes e merecem NSN distintos. Como exemplo, pode-se citar a situação onde um fabricante atribua o mesmo número de referência a um motor sem distinguir a voltagem (110 V ou 220 V). Do ponto de vista logístico, essa distinção de voltagem é importante, pois traz diferenciações quanto à aplicação do motor. Portanto, o motor de 110 V deve ter NSN diferente do motor de 220 V. Caso o fabricante atribua o mesmo part number a ambos os motores, o RNJC deverá ser aplicado, pois, sem este, o SISMICAT não permite a criação de mais de um NSN a partir da mesma referência. Existem sete códigos de justificativa possíveis de serem utilizados.

4

APÊNDICE B – Dados descritivos

a) Quesito (MRC): código de 4 dígitos que identifica o quesito (característica) a ser respondida na descrição. Os FIIG separam os MRC em duas categorias: definidores e qualificadores. Os MRC definidores são aqueles definidos como essenciais para uma perfeita caracterização do objeto a ser descrito, enquanto que os MRC qualificadores especificam atributos adicionais que enriquecem a descrição, porém não dizem respeito à essência do item. Caso se responda a todos os MRC definidores especificados para um determinado item, diz-se que se chegou a uma descrição completa. Por outro lado, se, ao menos, um MRC definidor deixar de ser respondido, diz-se que se chegou a uma descrição parcial. b) Código de Endereço Secundário (I/SAC): código que detalha, em

certos casos, um MRC, estabelecendo uma particularização de sua aplicação. Por exemplo, na descrição do material com o qual um item é feito, o MRC correspondente a essa característica será o MATT. Se o item a ser descrito possui diferentes partes ou seções feitas de materiais diferentes, esse MRC não pode ser respondido da mesma forma para o item completo. Ao contrário, a resposta deverá ser particularizada, de acordo com a parte do item relacionada. Assim, utilizar-se-á um I/SAC, indicando a que parte do item o quesito está sendo aplicado, e responder-se-á ao MRC MATT quantas vezes forem necessárias para cobrir a totalidade do item, especificando-se na resposta o material com que cada parte é feita; c) Código de Modo de Resposta: código que indica o tipo e o formato da resposta dada ao MRC. Existem respostas que são formadas por

códigos extraídos de tabelas, outras que são dadas em texto claro, outras que são compostas por valores numéricos absolutos ou por faixas de valores. Há, ainda, respostas que combinam diversas das formas citadas acima e outras ainda previstas. Existem, ao todo, 11 mode codes distintos possíveis de serem usados, o que significa 11 formatos diferentes de resposta previstos no sistema.

5

d) Código de Resposta: código que representa a resposta propriamente dita ao MRC (quando o formato da resposta for codificado). Para os casos de resposta em texto claro, utiliza-se a terminologia reply, ao invés de reply code. e) Conectivos “E” e “OU”: códigos utilizados para unir mais de uma Caso as respostas sejam

resposta aplicável a um mesmo MRC.

igualmente aplicáveis, utiliza-se o conectivo “E”, na forma do símbolo “$$” (por exemplo, o um item que está sendo catalogado é feito a partir de um composto de ferro e cádmio). Caso as respostas sejam mutuamente excludentes, utiliza-se o conectivo “OU”, representado pelo símbolo “$” (por exemplo, o item que está sendo catalogado pode ser apresentado nas cores azul ou verde). f) Separador de Registro: código que denota o fim da resposta a uma característica do FIIG. É representado pelo símbolo “#”. g) Terminador de Registro: após a resposta à última característica do item que está sendo catalogado, deve ser inserido um código que indica ao sistema o final da descrição. Esse código, chamado terminator code, é representado pelo símbolo “##”. A figura abaixo representa um exemplo de composição completa de um dado descritivo codificado:

Fig. 1 – Estrutura de uma característica codificada, mostrando seus elementos. Fonte: Apostila do Curso de Catalogação para o SISMICAT.

6

APÊNDICE C – Segmentos de dados

SEGMENTO A

O Segmento A contempla os chamados dados de identificação do item: número do FIIG que guiou a descrição do item, código do nome do item (INC), nome aprovado ou não aprovado, tipo de identificação (descritivo parcial, descritivo completo ou referencial), código de justificativa do tipo de identificação, código de desmilitarização e data de atribuição do NSN.

SEGMENTO B

O Segmento B é composto unicamente pelo código que designa o usuário do item de suprimento. Um item pode possuir diversos usuários, e todos receberão de maneira automática quaisquer manutenções que esse item sofrer, o que garante a consistência entre a base de dados que gerencia o item e todas as bases que o possuem na qualidade de usuárias.

SEGMENTO C

O Segmento C é composto pelo conjunto de dados relativos à referência, quais sejam: o CODEMP ou NCAGE, o número de referência e os qualificadores da referência, os quais se encontram estipulados no Apêndice ????.

SEGMENTO E

Segmento que proporciona informações sobre padronização de itens, por meio do Item Standardization Code (ISC). Esse segmento é utilizado quando

alguma autoridade competente decide padronizar a utilização de um determinado item de suprimento em substituição a outro(s), informando, ainda, o motivo de tal decisão, por meio do ISC.

7

SEGMENTO H

O Segmento H contempla os chamados dados logísticos.

Trata-se de

informações que não estão diretamente relacionadas à essência do item, mas que são de grande utilidade para a gerência do mesmo dentro da cadeia logística. Abaixo serão listados alguns dos dados do segmento H, apenas a título de exemplificação do tipo de informação concentrada neste segmento. a) Código Indicador de Metal Precioso: código que indica a existência de metais preciosos na composição do item; b) Código de Forma de Fornecimento: código que indica como, onde e com que restrições um Item poderá ser adquirido; c) Código de Unidade de Fornecimento: código que indica a medida

física, a quantidade ou, quando nenhuma delas for aplicável, a embalagem (recipiente) ou forma de um Item para efeitos de requisição e fornecimento. d) Preço Unitário: Preço padronizado da unidade de fornecimento

conforme estabelecido pela entidade gestora, expresso na moeda nacional do respectivo país. e) Código de Quantidade por Embalagem: Código que indica o número de unidades de fornecimento por unidade de embalagem, conforme estabelecido pela entidade gestora. f) Código de Armazenagem Controlada: Código que indica a

classificação e/ou o risco de segurança e os níveis de precaução necessários contra furtos no decorrer do processo de armazenamento e transporte dos Itens . g) Código de Período de Armazenagem: Código que indica o período de tempo de armazenagem ou de caducidade de um Item. Este dado é representado por um caractere, que tanto pode ser alfabético ou numérico, como um símbolo.

8

SEGMENTO V

Segmento que corresponde aos dados descritivos do item de suprimento, obtidos a partir da documentação técnica do mesmo e codificados de acordo com as regras dos FIIG.

SEGMENTO W

O segmento W corresponde aos dados de embalagem relacionados ao item para o qual o NSN foi atribuído. Os principais dados constituintes deste segmento são apresentados a seguir: a) Quantidade por Embalagem Intermediária: código que indica a

quantidade de embalagens unitárias do item contida na embalagem intermediária; b) Tamanho da Embalagem Unitária: indicação dos tamanhos máximos de altura, largura e profundidade da embalagem unitária do item; c) Cubagem da Embalagem Unitária: indicação da cubagem máxima do pacote unitário; d) Código de Tipo de Estocagem de Item: código que indica o tipo de estocagem e as condições ambientais que devem ser mantidas no armazém durante o período de estocagem ou no transporte do item; e) Peso do Item Desembalado: indicação do peso efetivo do item quando fora de sua embalagem unitária; f) Dimensões do Item Desembalado: indicação do comprimento, largura e profundidade do item quando forma de sua embalagem unitária; g) Código do Método de Preservação: código que define que medidas preventivas são necessárias para proteger o item de deterioração causada por fatores ambientais durante o estoque e o transporte. h) Código de Procedimento de Limpeza e Secagem: código que indica a maneira de se proceder à remoção de detritos ou partículas estranhas do item, bem como a posterior secagem, sem causar danos ao material;

9

i) Código de Material de Preservação: código que indica que tipo de material pode ser usado para prevenir a deterioração ou corrosão do item em estoque. j) Código de Material de Embalagem: código que indica que tipo de

material deve ser utilizado para a embalagem do item, de modo que fique corretamente acondicionado e protegido da deterioração causada por fatores ambientais; k) Instruções Suplementares: campo destinado à inclusão de instruções relativas a processos de embalagem não cobertas pelos códigos relativos a esse segmento.

10

ANEXO A – Codification Support Publication 2 A10

Fig. 2 – Extrato do Codification Support Publication nº 2 A Fonte: NAMSA

10

Publicação de Suporte à Catalogação. Editada pela NAMSA, traz informações sobre os centros de catalogação dos países integrantes do SOC.

11

ANEXO B – Relatório do CAT-BR

Similar Documents

Free Essay

Norberto Bobbio

...Coleção PENSAMENTO CRITICO Vol. 63 NORBERTO BOBBIO O FUTURO DA DEMOCRACIA Uma defesa das regras do jogo Tradução Marco Aurélio Nogueira 6ª Edição PAZ E TERRA Copyright © 1984 Giulio Einaudi Editore S.P.A. Torino Título do original em italiano: II futuro delia democrazia. Una difesa delle regole dei gioco. Revisão: Sônia Maria de Amorim Beatriz Siqueira Abrão Composição: Intertexto CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. Bobbio, Norberto B637f O futuro da democracia; uma defesa das regras do jogo /Norberto Bobbio; tradução de Marco Aurélio Nogueira. — Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. (Pensamento crítico, 63) Tradução de: Il futuro delia democrazia. Una difesa delle regole dei gioco. Bibliografia. 1. Democracia. I. Titulo. II, Série. 86-377 CDD — 321.4 CDU — 321.7 Direitos adquiridos pela EDITORA PAZ E TERRA Rua do Triunfo, 177 - 01212 - São Paulo/SP - Tel. (011) 225-6522 Rua São José, 90 -11° andar - 20010 - Rio de Janeiro/RJ Tel. (021) 221-4066 que se reserva a propriedade desta tradução 1997 Impresso no Brasil/Printed in Brasil Nota do digitalizador Página intencionalmente deixada em branco para que esta versão digital do livro tenha o mesmo número de páginas da versão impressa. Diversas páginas foram assim deixadas para, juntamente com a formatação das páginas, o texto nesta versão digital estivesse o mais próximo...

Words: 61858 - Pages: 248

Free Essay

Métodos de Pesquisa

...Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. 120 p. : il. ; 17,5x25cm (Série Educação a Distância) Inclui figuras, quadros e anexos. Inclui referências. 1.Metodologia da pesquisa científica. 2. Métodos de pesquisa. 3. Pesquisa científica – Elaboração. 4. Projeto de pesquisa – Estruturação. 5. Tecnologia da informação e comunicação – Pesquisa. 6. Ética – Plágio. I. Gerhardt, Tatiana Engel. II. Silveira, Denise Tolfo. III. Universidade Aberta do Brasil. IV. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Secretaria de Educação a Distância. Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural. CDU 001.891 CIP-Brasil. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação. (Jaqueline Trombin – Bibliotecária responsável CRB10/979) ISBN 978-85-386-0071-8 SUMÁRIO Introdução ................................................................................................................... 9 Unidade 1 – Aspectos teóricos e conceituais ......................................................... 11 Tatiana Engel Gerhardt e Aline Corrêa de Souza 1.1 Conceitos-base...

Words: 35589 - Pages: 143