Accionista da Jerónimo Martins lança negócio de clínicas médicas
O patriarca da família, Alexandre Soares dos Santos, já tinha revelado, em Março, que a Sociedade Francisco Manuel dos Santos iria entrar numa nova área de negócio.

A Sociedade Francisco Manuel dos Santos criou a marca Walk’In Clinics, que já tem quatro espaços no País. O primeiro abriu no passado dia 2 de Julho.
A Sociedade Francisco Manuel dos Santos (SFMS), principal accionista do grupo Jerónimo Martins – que detém os super-mercados Pingo Doce –, acaba de entrar numa nova área de negócios: clínicas médicas. O Diário Económico sabe que a SFMS lançou uma nova marca, as Walk’In Clinics, cujos pri-meiros espaços abriram no pas-sado dia 2 de Julho nos espaços dos supermercados Pingo Doce em Telheiras, Sintra, Aveiro e Santa Maria da Feira.
Este novo negócio da socie-dade, que no início do ano es-teve envolvida na polémica passagem da sede social para a Holanda, surge depois de o patriarca da família e presi-dente do grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, ter assumido, em Março, em entrevista à RTP, que seria anunciada uma nova área de investimento, no âm-bito da diversificação do ne-gócio em Portugal
Na altura, o mesmo respon-sável não revelou qual seria a nova actividade. No entanto, admitiu que iria “surpreender” muita gente. Na mesma ocasião, Soares dos Santos lembrou que a estratégia de diversificação da accionista da Jerónimo Martins justificou a operação de colocar 56,1% do capital na subsidiária com sede na Holanda.
Fonte oficial das Walk’In Cli-nics confirma, ao Diário Econó-mico, que a família Soares dos Santos criou este novo conceito de cuidados de saúde em Portu-gal, para o qual constituiu uma empresa e conselho de admi-nistração próprios.“A Walk’in Clinics é um pro-jecto-piloto da Sociedade Ma-nuel Francisco dos Santos que abre agora com quatro clínicas e uma equipa de 120 pessoas, em regime de prestação de serviços e contrato de trabalho”, revela a mesma fonte.
O Diário Económico sabe que este projecto é inspirado em alguns conceitos que já existem nos Estados Unidos da América, onde se associa serviços, como o de cuidados de saúde, ao acto de fazer compras. A ideia é per-mitir que junto ao espaço onde se fazem as compras do dia-a-dia se tenha a facilidade de ace-der a cuidados de saúde.
Fonte oficial da nova marca de clínicas recusa, porém, avançar com pormenores do negócio, como o investimento realizado e o número de espaços que serão abertos, por ainda se estar a delinear a estratégia de comunicação. No entanto, sabe-se que estas primeiras quatro clínicas fazem parte do projecto-piloto, estando já pre-visto um plano de expansão.

Facilitar o acesso a cuidados médicos
De acordo com informação re-colhida na página de Internet da marca, a Walk’In Clinics Portu-gal é uma sociedade comercial anónima, cujo capital social as-cende a 50 mil euros. Nas clíni-cas é possível aceder às especia-lidades de clínica geral, cuida-dos de enfermagem, podologia, saúde oral e nutrição. Cada es-pecialidade conta com um res-ponsável clínico. O ‘site’ da marca refere tam-bém que os espaços funcionam sete dias por semana, entre as 10 horas e as 22 horas, sem neces-sidade de marcação prévia de consulta. Para já, as quatro clínicas em funcionamento estão inseridas nos mesmos edifícios onde hoje existem supermercados Pingo Doce e que antes eram espaços da marca de hipermercados Feira Nova. Sobre possíveis acordos e convenções com companhias de seguros e outros sistemas de saúde, a empresa assume que ainda está a trabalhar no senti-do de obter esses acordos. Os preços de tabela pratica-dos nas Walk’In Clinics são 34 euros para clínica geral, menos quatro euros no caso da saúde oral e nutrição, enquanto a po-dologia custa 24 euros. ■
O grupo Jerónimo Martins detém 36 farmácias na Polónia.
A diversificação de áreas de negócio já é uma realidade para as empresas que integram a So-ciedade Francisco Manuel dos Santos. Na Polónia, através da retalhista Jerónimo Martins (JM) – que detém a marca de ‘hard discount’ Biedronka –, o grupo opera uma rede de far-mácias, sob a insígnia Apteka Na Zdrowie.
O relatório e contas anual da Jerónimo Martins revela que esta marca contava, em 2011, com um total de 36 unidades no mercado polaco. O mesmo do-cumento explica que as farmá-cias estão localizadas junto às lojas ‘Biedronka’, mas situam-se em instalações separadas e independentes, tal como está previsto no regime legal aplicá-vel ao sector farmacêutico em vigor na Polónia.
A entrada no negócio de far-mácias na Polónia partiu de uma parceria que a JM tinha com a Associação Nacional das Farmá-cias daquele país. No entanto, em Dezembro, as duas partes terminaram esta parceria, sen-do que o grupo retalhista adqui-riu a participação de 50% detida pela associação.
O grupo assume, no mesmo documento, que o objectivo para 2012 é “desenvolver esta unidade de negócio, através do potenciamento das localizações existentes e da geração de siner-gias com o negócio da Hebe [marca de drogarias]”.
A presença na Polónia tem vindo a ganhar, nos últimos anos, peso nos resultados finan-ceiros do grupo liderado por Pe-dro Soares dos Santos. No rela-tório referente aos resultados do primeiro trimestre, o adminis-trador-delegado da JM salienta que, “enquanto grupo, o forte desempenho na Polónia permite confirmar a perspectiva positi-va, em termos de crescimento de vendas e resultados para o ano de 2012”. A marca Biedronka, que re-presenta cerca de 60% das ven-das da retalhista portuguesa, fechou o primeiro trimestre com mais 21% nas vendas, que atingiram 1,511 mil milhões de euros. Desde o início do ano que empresa prossegue o plano de expansão, tendo já inaugurado 37 novas lojas da marca. ■ D.L.