Dadaísmo: negativo ou positivo

No fundo, o dadaísmo não foi assim tão negativo e, por detrás de toda daquela extravagancia e exuberância, existia uma intenção boa.
Com o poema “te gri ro ro” o autor parece quer transmitir um conjunto de palavras e onomatopeias que no seu conjunto não fazem sentido e não são interpretáveis. O “porque”, por exemplo, poderia resultar como uma metáfora. A partir disto podemos tentar dar sentido ao poema, mas chegamos à conclusão que qualquer sentido dado ao poema seria relativo, porque a interpretação deste é dependente da intuição ou opinião do leitor. O poema é um enunciado, e apenas isso. O autor do poema queria que o poema fosse um enunciado, ele planeou esse enunciado, daí ser inteligente. Este enunciado foi construído de maneira absurda propositadamente.
Também as fotomontagens são absurdas, pois resultam de junções e recortes de várias fotografias. Também a fotomontagem é uma arte tensional. O dadaísta cria a fotomontagem porque acredita que a Arte é para ser captada instante a instante. Esta é um “happening”. O forte caráter pessimista e irónico do movimento, principalmente em relação aos acontecimentos políticos do mundo, denuncia a repulsa que eles sentem pelo mundo onde vivem, pela primeira guerra e pelo consumismo entranhado na sociedade. O absurdo dos seus trabalhos reflecte o absurdo do mundo da primeira guerra mundial. O niilismo contido nestes artistas demonstra como aquilo que o mundo lhes oferecia não lhes chegava, daí mostrarem-se irreverentes, rebeldes, quebrando com as formas de arte institucionalizadas. Para eles o coeso habitava na incoerência e a logica na falta desta e, ao criarem uma forma de Arte “do nada” e sem sentido, eles apresentavam o seu descontentamento perante o mundo onde viviam. Conclui-se assim que o Dadaísmo não foi tão negativo assim.

Adriana Castelo
12ºB