Os adolescentes portugueses e a Internet
A minha apresentação é baseada no trabalho que realizei o ano passado, no âmbito da disciplina de Área de Projecto, sobre o “Lazer e os Jovens”, e dentro do mesmo decidi focar-me concretamente na questão dos adolescentes portugueses e da Internet. Escolhi este tema por ser actual e pertinente, dada a importância que a Internet tem no nosso quotidiano.
Introdução
Todos nós temos consciência da expansão continuada da utilização da Internet entre a população em geral e entre os jovens em particular. De facto, a Internet é, actualmente, o meio de comunicação preferido dos adolescentes, de tal modo que grande parte da população jovem considera mesmo não puder passar sem ela. Alguns dados estatísticos do INE (de 2008) confirmam o grande aumento do recurso à Internet registado em Portugal. Não obstante a intensa utilização com intuitos informativos, a Internet é, sobretudo para os jovens, um espaço de lazer. De acordo com um estudo realizado pelo ISCTE, o qual se intitulava de “A Sociedade em Rede em Portugal” e pretendia traça o perfil dos utilizadores e dos não utilizadores da Internet, os cibernautas são essencialmente jovens entre os 14 e os 24 anos, com formação superior, e muita da importância que estes lhe atribuem recai sobre o facto de esta ocupar um papel de destaque no domínio das relações interpessoais – 87% dos inquiridos considera que esta pode ser um poderoso contributo para melhorar a comunicação entre as pessoas, assumindo-se como um “escape”, que lhes possibilita alargar os relacionamentos para além das fronteiras sociais e geográficas. De facto, é cada vez maior o número de jovens que recorre aos “serviços” da Internet como forma de despender os seus tempos livres, e, uma vez familiarizados com as suas funcionalidades, são atraídos para as redes sociais, onde podem experimentar e desempenhar diferentes papéis, assim como estabelecer relações com pessoas que partilham os mesmos interesses, pelo que estas, como todos sabem, estão cada vez mais na moda.
Redes Sociais
As redes sociais são uma das formas de representação dos relacionamentos afectivos ou profissionais entre indivíduos que partilham interesses mútuos, através dos quais se compartilham ideias ou opiniões. Hoje maioritariamente instaladas na Internet, ocupam um papel cada vez mais central na vida das pessoas, sobretudo dos jovens, pretendendo formar comunidades virtuais e disponibilizar ao usuário um meio para se apresentar ao mundo. As redes sociais são, assim, enormes clubes de amigos que trocam mensagens, fotos e vídeos na rede, e têm-se convertido numa poderosa arma de comunicação.
Actualmente distinguem-se vários tipos de redes sociais, nomeadamente para:
• Apreciadores de música – MySpace
• Adolescentes – Hi5, Orkut
• Jovens – Facebook
• Profissionais – LinkedIn
• Partilhar vídeos – YouTube

De acordo com dados numéricos recentemente publicados na imprensa, 90% dos consumidores da Internet usam redes sociais e 57% deles acede às mesmas todos os dias (especialmente ao nível dos jovens entre os 15 e os 25 anos). Até ao início de 2009, o MySpace era a maior rede social da Internet, no entanto esta foi ultrapassada, no ano seguinte, pelo recente e inovador Facebook, cada vez mais em voga.

Perigos da Internet
Os jovens, atraídos pela novidade, são geralmente os primeiros a aderir às novas tendências, pelo que foram os primeiros a tirar partido deste novo meio de comunicação que são as redes sociais, fazendo delas uma popular forma de lazer.
No entanto, importa não esquecer que, na Internet, há poucas medidas de avaliação crítica da informação – a quantidade enorme de material disponível varia consideravelmente em qualidade e rigor, pelo que os jovens devem procurar ter um pensamento especialmente crítico acerca da natureza das fontes, isto é, gozar da liberdade que a Internet oferece tem o seu preço, e este passa por existir a capacidade, por parte do utilizador, para distinguir o bem do mal.
A utilização da Internet entre os jovens pode tornar-se abusiva quando causa distúrbios nas rotinas diárias ou alterações nos seus relacionamentos e comportamentos: à medida que o utilizador aumenta o tempo que despende online, há um decréscimo na comunicação que estabelece com a sua família e círculo de amigos e uma maior tendência para o desenvolvimento de sentimentos de solidão e depressão. Apesar do reduzido número de estudos efectuados nesta área, todos parecem conduzir a uma mesma conclusão: o uso e abuso da Internet estão associados a sentimentos de solidão e ao isolamento social e familiar. Porém, é difícil estabelecer uma relação de causalidade entre os dois factores: será que a Internet tem um carácter viciante que conduz a comportamentos de isolamento social ou será que esta relação apenas se estabelece quando o indivíduo já está deprimido e utiliza a Internet como mais um escape para a solidão? Assim, talvez a solução não seja impedir os jovens de navegar na Web, como defendem alguns pais, mas sim ensinar e orientar essa navegação.
Concluindo, a enorme capacidade dos mais jovens aprenderem as ferramentas das tecnologias digitais e as utilizarem para o seu divertimento não deixa de lado algumas preocupações com a sua segurança. Apesar de terem um grau elevado de conhecimento dos riscos da Internet, sobretudo de contacto com estranhos, vírus, e roubo de identidade, os jovens em geral admitem ter comportamentos que sabem ser de risco, o que conduz à necessidade de lhes proporcionar uma educação pró-activa em matéria de meios de comunicação e uma sensibilização para as oportunidades e os riscos que os mesmos acarretam.
FIM!