Free Essay

Personalidade E Aprendizagem Escolar

In:

Submitted By alsap
Words 2453
Pages 10
INTRODUÇÃO
A aprendizagem passa não só pelo ensino em si mas também pelo contato dos docentes com os alunos e pela experiência social na comunidade escolar. É então de extrema importância a perceção e compreensão das alterações cognitivas e psicológicas que ocorrem durante o percurso escolar das crianças, sendo estas alterações bastante pertinentes no processo de instrução. Com a formação da personalidade em plena idade escolar, o perigo de comportamentos e atitudes inadequadas ou repercussões psicológicas futuras aumenta, e cabe especialmente aos professores manter a atenção redobrada para quaisquer sinais preocupantes. Sinto-me, enquanto docente, pouco preparada para todas estas mudanças, especialmente na etapa da adolescência, a faixa etária maior que leciono e que mais destacarei neste trabalho, esperando assim entender e arrecadar mais conhecimento para auxiliar os meus alunos na transição para a etapa adulta.
O trabalho divide-se em dois capítulos: a personalidade e as teorias do seu desenvolvimento, e a influência da personalidade na aprendizagem, relacionando a sua evolução com a aprendizagem escolar e social, examinando apenas algumas das muitas variáveis possíveis.

Em todo o processo de aprendizagem há alguém, há um sujeito, que aprende. Esse alguém – suas características, sua capacidade, aptidões e interesses, mas também suas energias, seus processos próprios, sua autoconsciência – é relevante para os processos nos quais o aprender é constituído. (Fierro, 1996, p. 154)

1| O CONCEITO DE PERSONALIDADE
Allport define a personalidade como “organização dinâmica dos sistemas psicofísicos do indivíduo que determinam os seus próprios comportamentos e pensamentos” (como citado em Engler, 2013, p. 239). No entanto, este tema gera muita discussão e discórdia entre psicólogos e teóricos de personalidade.
Os padrões de comportamento coerentes são tomados como uma importante parte da personalidade, sendo o nosso comportamento não apenas um reflexo da situação em que nos encontramos, mas uma lógica consistente na nossa conduta. Também os processos intrapessoais cognitivos, emocionais e motivacionais têm peso na personalidade de cada um, e a sua combinação única determina o nosso carácter individual. As fontes externas podem também auxiliar a determinar a personalidade de cada sujeito, desde a forma como somos educados no seio familiar até ao grupo social no qual estamos integrados.

1.1| Teorias da personalidade
Identificam-se seis teorias de personalidade, todas com diferentes origens e correntes. A teoria psicanalítica defende o inconsciente como o grande responsável pelos comportamentos, a teoria de traços aceita que as características dominantes de cada indivíduo acabam por definir a sua personalidade, enquanto a teoria biológica baseia-se em predisposições herdadas por cada um. A teoria humanista fundamenta a responsabilidade pessoal e sentimentos de auto-aprovação, a teoria comportamental apoia-se no condicionamento e espectativas da pessoa e a teoria cognitiva aponta as diferenças de processamento de informação. A junção de todas as teorias aparenta ser utópica para a explicação dos fragmentos da personalidade, mas as teorias são, em muitos dos casos, incompatíveis e até mesmo opostas. Porém, Burger (2010) assinala que “cada teoria tem algo de valor a oferecer na busca para a compreensão do que faz cada um de nós o que somos” (p. 6).

1.2| Teorias do desenvolvimento da personalidade
As fontes de influência no desenvolvimento da personalidade na terceira infância, compreendida entre seis e os doze anos, deixam de ser unicamente a família, como acontece até então, passando a escola a ocupar também um lugar relevante no que concerne à solidificação da personalidade infantil, onde as suas experiências sociais são desenvolvidas com colegas e professores. “Freud denomina esta etapa como período de latência, que se caracteriza por uma diminuição e repressão dos impulsos sexuais, canalizados para o trabalho escolar e brincadeiras enérgicas” (Shaffer, 2008, p. 40). O ego e superego continuam a desenvolver-se, as relações são calmas e afáveis, e interioriza-se novos valores sociais. Já Erikson caracteriza esta etapa como fase de laboriosidade, onde foca toda a sua energia na absorção e aprendizagem de ferramentas úteis na integração no seu grupo social aquando a chegada da fase adulta, através da socialização com adultos não familiares e com colegas, que iniciarão o processo de comparação social. Adquirindo a agilidade social faz com que a criança se sinta competente e produtiva, enquanto as experiências negativas, como sentimentos de falta de importância ou incapacidade de resolver conflitos, resultarão em sentimentos de inferioridade (Shaffer, 2008).
As teorias clássicas esclarecem-nos que a fundação de valores e personalidade está construída, sendo acrescentada e aperfeiçoada a partir da base desenvolvida até esta idade. Salkind (2004) acrescenta que “quando as exigências da adolescência chegarem, o indivíduo que terá já adquirido habilidades sociais úteis (…) terá a vantagem distinta de ter terminado um importante passo em direção ao desenvolvimento de uma identidade preenchida significativa” (p. 147).

2| PERSONALIDADE NA FORMAÇÃO ACADÉMICA E SOCIAL
As instituições de formação e aprendizagem, sejam elas escolas, organizações culturais, sociais e religiosas moldam e influenciam a personalidade dos jovens, fornecendo assim ferramentas que acompanharão os mesmos durante toda a sua vida, em busca do sucesso e realização pessoais (Manoharan, 2008, p. 3 e 4).

2.1| Status de identidade
Shaffer (2008) indica que Erikson considerava o estabelecimento da identidade como o maior obstáculo de desenvolvimento na adolescência, e que Marcia estabeleceu quatro estados de identidade que auxiliam na classificação dos processos de desenvolvimento, baseando-se na exploração, ou falta dela, nos campos vocacionais, nas ideologias religiosas e políticas e na orientação sexual:
Identidade difusa, em cujos sujeitos não adotaram nenhum compromisso ideológico e vocacional e não estão interessados na procura dos mesmos para o futuro;
Identidade hipotecada, onde compromissos já foram adotados, embora sem passar pelo processo de procura, sendo comum que os valores lhes tenham sido incutidos e instigados, sem haver uma busca pessoal;
Identidade em moratória, onde os sujeitos se encontram ainda em busca de valores e conceitos, com dificuldades na tomada de decisões e em crise de identidade;
Conquista da identidade, onde os sujeitos tomam decisões sobre as suas ideias ideológicas e interpessoais, depois de passarem por uma fase moratória.
As fases não ocorrem de forma consecutiva e o status final de conquista, pode até ser retrocedido, podendo alguns sujeitos questionarem os valores adotados e voltarem a um estado de moratória ou de difusão de identidade. Oliva (2004) diz-nos que embora Erikson considerasse a conquista da identidade por entre os 15 e os 18 anos, é já no início da idade adulta que a mesma é conseguida, podendo até haver estados de moratória durante todo o ciclo de vida, sendo então um processo que se inicia na infância e se estende ao longo de toda a vivência do sujeito.
2.2| Autoconceito e autoestima
As mudanças físicas e psicológicas que chegam com a puberdade e adolescência farão com que seja necessária uma retificação da imagem e conhecimento que os sujeitos têm sobre si mesmos. Primeiramente será o aspeto físico que ocupará as suas descrições, tornando-se cada vez mais acerca de caraterísticas psicológicas, ideologias adotadas, relações interpessoais e sociais. O adolescente passará por um estado de confusão e insegurança, com o desenvolvimento das suas muitas facetas de personalidade, sem as gerir, pela falta do desenvolvimento do sentido de abstração, mas com o avanço da adolescência conseguirá separar a sua imagem real da imagem que aspira a ser (Oliva, 2004). A autoestima acrescenta o que sentimos em relação ao autoconceito e a perceção que temos do que os outros sentem de nós, sendo assim a tomada de consciência da aceitação própria e de grupo. Os diversos níveis de autoestima parcial podem ser avaliados de forma diferente, pesando na autoestima global consoante a importância que se atribui a cada nível, embora a competência social tenha tamanha importância que é comum indicar o nível global da autoestima do sujeito (Oliva, 2004). A queda de autoestima nos primeiros anos de adolescência deve-se a várias razões: mudanças físicas, e a falta de à vontade e confiança que o adolescente tem no seu corpo, mudanças de contexto escolar, quando em muitos casos se muda de escola, colegas e professores, passando para um ensino mais exigente, e o início das primeiras relações heterossexuais e a busca de um parceiro afetivo. Assim que o adolescente retoma a segurança nesses novos papeis, a sua autoestima vai sendo reavida (Oliva, 2004).

2.3| Estilos atributivos, locus de controlo, espectativas e ansiedade
Shaffer (2008) esclarece que Weiner propôs uma teoria atributiva onde o comportamento do sujeito face à realização depende de como este interpreta os seus sucessos e fracassos e como pensa sobre o controlo que tem sobre estes, formulando explicações para o resultado das suas experiências. Atribui-se as causas a certas circunstâncias como as suas faculdades ou falta delas, o esforço despendido para a realização da tarefa, a dificuldade ou facilidade da execução, e o fator da sorte, sendo ela boa ou má. As primeiras duas causas, competências e esforço, são causas internas, enquanto a dificuldade e sorte são fatores externos, relacionando-se assim os estilos atributivos ao locus de controlo, uma dimensão da personalidade que divide os sujeitos que assuem a sua responsabilidade pelos acontecimentos da sua vida (locus interno) e os sujeitos que acreditam que os acontecimentos dependem mais dos fatores fora do seu controlo (locus externo). Assim, uma criança que com perceção de controlo e de competência atribui o seu sucesso às suas aptidões e os insucessos a fatores externos. Essa criança terá grandes expetativas de sucesso e uma atitude entusiasta diante situações de estímulo. Já uma criança sem controlo sobre a aprendizagem liga os seus fracassos (e nunca o sucesso) com as suas aptidões, considerando uma característica imutável. Esta perceção, juntamente com o sentimento de incapacidade, mantém a baixa autoestima da criança (Palácios & Hidalgo, 2004). Esta dimensão tem grandes repercussões na personalidade dos sujeitos, a nível afetivo e emocional para além da questão motivacional, sendo capaz de inabilitar a aprendizagem social e até académica, visto que crianças com locos interno acreditam que podem alcançar resultados positivos lutando por bons resultados e sucesso, mas o mesmo não se espera das crianças com locus externo, pois assumem que os seus esforços não determinarão completamente os resultados (Shaffer, 2008, p. 216). Contudo, também as espectativas de sucesso e fracasso são um forte determinante no que diz respeito ao sucesso, explicando-se assim o facto de muitas “crianças com QI elevado e baixas espectativas académicas tenham piores notas que crianças com QI mais baixo mas espectativas superiores” (Battle, Crandall e Phillips, citados por Shaffer, 2008, p. 215). O fenómeno da ansiedade está extremamente ligado ao locus de controlo, pela seu carácter emotivo, motivacional e comportamental. Quando exposto a um estado de ansiedade, o sujeito, ao ver-se avaliado por outrem, e tendo o campo a ser avaliado um peso importante para si, sofre de uma deterioração de rendimento. Fierro (1996) assinala que Bermúdez considera a ansiedade saudável em níveis moderados, podendo mesmo favorecer a aprendizagem, mas quando em níveis mínimos ou extremamente elevados, leva a resultados medíocres, interferindo com as aprendizagens complexas.

2.4| Papéis de género, desenvolvimento e comportamento moral
O início da adolescência marca atitudes e comportamentos estereotipados, evitando a desordem da ideia de feminino e masculino, e com o progresso da adolescência as alterações cognitivas vão facilitando a relatividade de género. Oliva (2004) refere que Bem concluiu que sujeitos com personalidade andrógena têm uma adaptação psicológica mais favorável em inúmeras ocasiões, apresentando melhor autoestima e conforto consigo mesmo. No que toca ao desenvolvimento moral, a adolescência incentiva a que as opiniões morais do sujeito sejam baseadas no grupo social, para obter aprovação como membro do conjunto, e mais tarde a orientação pela lei, ordem e bel da comunidade. A capacidade de abstração virá também a favorecer o sentido de justiça, a preocupação por terceiros e consequências dos seus atos. (Oliva, 2004) A teoria cognitiva de géneros de Kohlberg explicita também o desencontro dos papéis adotados por meninos e meninas: o sexo masculino preocupa-se com a justiça e regras sociais, enquanto o sexo feminino está mais centrado no plano emotivo e em garantir amparo às carências dos outros (Shaffer, 2008; Oliva, 2004). No entanto, a conduta moral nem sempre traduz o pensamento, e recordando o caos interior de conflito vivido pelo adolescente, não são incomuns situações delituosas e antissociais, como roubos e violência, muitas vezes acentuados por falta de controlo e atenção familiar, insucesso escolar e inclusões pouco favoráveis em certos grupos, e aliada à necessidade de viver novas experiências (Oliva, 2004).

CONCLUSÃO
Sendo tão complexo o processo de aprendizagem como a formação de personalidade, observa-se, para além da sua reciprocidade, que cada sujeito é diferente, passando por etapas distintas em distintos momentos, e explicando a turbulência e inconstância da adolescência.
Deve-se ter especialmente em conta o que é exige aos alunos, tanto a nível académico como pessoal, para que não entre em desacordo com a fase que atravessam e para que não cause ainda mais desordem nas suas ideologias ainda em fase de desenvolvimento. Deve-se também ter em conta da situação do jovem no grupo, especialmente dentro da turma e amigos, podendo isso explicar muitos dos comportamentos inadequados e contraditórios, e o papel que este considera ter na e para a sociedade. A quebra da autoestima no início da adolescência e a sua construção nos anos seguintes chama especialmente à atenção pela fragilidade que o adolescente vive e que a comunidade escolar não deve agravar, mas sim atenuar da melhor forma possível, para que o adolescente possa edificar uma boa relação consigo mesmo e com os outros. A nível de aprendizagem escolástica, o professor deve saber identificar a reação do aluno no que toca à ansiedade e espectativas e à atribuição de controlo interno ou externo, para motivar e orientar da melhor forma possível o percurso do adolescente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Burger, J. (2010). Personality (8th ed.). Australia: Wadsworth/Cengage Learning.
Coll, C., Marchesi, A., Palácios, J., Moraes, D. V., Luque, A., Fierro, A., et al. (2004). Desenvolvimento da personalidade durante a adolescência. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva (2. ed., pp. 335 - 349). Porto Alegre: ArtMed.
Coll, C., Marchesi, A., Palácios, J., Moraes, D. V., Luque, A., Fierro, A., et al. (2004). Desenvolvimento da personalidade dos seis anos até a adolescência. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva (2. ed., pp. 252 - 260). Porto Alegre: ArtMed.
Coll, C., Marchesi, A., Palácios, J., Moraes, D. V., Luque, A., Fierro, A., et al. (1996). Personalidade e Aprendizagem no Contexto Escolar. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia da educação (pp. 154 - 160). Porto Alegre: Artmed.
Engler, B. (2013). Personality theories (9th ed.). Belmont: Wadsworth/Cengage Learning.
Manoharan, P. (2008). Education and personality development. New Delhi: APH Pub. Corp.
Salkind, N. J. (2004). An introduction to theories of human development. Thousand Oaks, Calif.: Sage Publications.
Shaffer, D. R. (2008). Social and personality development (6th ed.). Australia: Wadsworth/Cengage Learning.

Similar Documents

Free Essay

Exposição À Violência Parental

...Vitimologia II 2011/2012 Exposição à Violência Interparental Ana Monteiro Filipa Soares Sofia Figueiredo Vânia Ferreira Orientação da Docente Miriam Pina Abstract Atualmente é muito usual ouvir-se falar nos Direitos das Criança bem como nos maus-tratos e abusos que estas sofrem. No entanto, passam despercebidas algumas formas de violência a que as crianças estão expostas, formas estas que, muitas vezes, se tornam mais prejudiciais do que a própria violência direta (física). A exposição à violência interparental enquadra-se neste campo, sendo um tipo de vitimação ainda negligenciado, mas com consequências devastadoras para as crianças a nível psicológico, cognitivo e comportamental. Vários estudos apontam para efeitos a longo prazo que dificilmente conseguirão ser combatidos, a não ser que haja um apoio psicológico e familiar, desde cedo, com a criança exposta. Palavras-Chave: Crianças, Exposição, Vitimação Indireta, Violência Interparental, Violência Conjugal, Violência Doméstica, Família, Direitos, Efeitos da Exposição. ÍNDICE INTRODUÇÃO 3 A Criança e a Importância do Desenvolvimento na Família 5 Enquadramento Legal 6 TEORIAS EXPLICATIVAS DO FENÓMENO 8 Interacionismo Simbólico 8 Etnometodologia 8 Aprendizagem Social 8 Perspetivas Feministas 10 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 10 Impacto da Exposição à Violência Interparental 10 Consequências em Crianças de Tenra Idade 12 Crianças Vítimas de Maus-Tratos + Exposição a Violência...

Words: 12172 - Pages: 49

Free Essay

Comportamento Organizacional

...do Formando: “Comportamento Organizacional” Autor: João Ribeiro Colecção: Ferramentas para o Empreendedor Impressão: Fevereiro de 2008 Produção Gráfica e Paginação: EduWeb Edição: ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários e EduWeb Promotor: Parceiro: Co-financiado por: UNIÃO EUROPEIA - FUNDO SOCIAL EUROPEU , ESTADO PORTUGUÊS, POEFDS Governo da República Portuguesa Comportamento Organizacional 3 Índice Índice 7 22 39 53 70 Capítulo 1 - Liderança Capítulo 2 - Comunicação Capítulo 3 - Negociação e Mediação nas Organizações Capítulo 4 - Aprendizagem e Inovação Capítulo 5 - Trabalho de equipa Comportamento Organizacional 4 Introdução As Organizações são sistemas cujo grau de complexidade sendo variável, carecem de uma análise aprofundada de maneira a conseguir obter-se uma razoável visão e compreensão das mesmas. Enquanto sistema, uma organização é composta por vários subsistemas os quais se inter-relacionam e interinfluenciam de forma que o todo é maior do que a soma das suas partes ou elementos. Este princípio chave da teoria sistémica tem implicações directas na forma como as organizações são abordadas, estudadas e compreendidas. As organizações enquanto entidades vivas e dinâmicas devem possuir algumas capacidades, como sejam a capacidade de se renovarem, inovarem, aprenderem, ajustaremse às mudanças internas e externas, transformar informação em conhecimento, resolver problemas, acrescentar valor. As organizações tal como as concebemos na sua maior parte, são...

Words: 31216 - Pages: 125

Free Essay

Psicanalise

...Psicanálise Modelos (Rita Pasion, 2010) Essencialmente, Freud faz uma síntese entre - O modelo médico que tinha disponível para a classificação de patologias - E a própria forma original e inovadora com que Freud considerou os problemas psicológicos num quadro teórico mais amplo. Não existe uma fase separada entre o diagnóstico e a intervenção (tratamento). Há uma integração, em cada momento há novos dados, novas auto-revelações, novos elementos, o que resulta numa reconstrução da avaliação inicial. Freud define a Psicanálise de duas maneiras: - Método de investigação dos processos mentais, dos seus conteúdos inacessíveis, uma abordagem para aceder ao desconhecido que, de outra forma, nunca seria aparente. Há uma preferência, enfatiza-se os processos, para lidar com a extrema diversidade dos conteúdos da experiência, pois cada sujeito tem uma forma particular de organizar a experiência. Freud rema contra a corrente positivista pois, para ele, o mais importante é a significação – o método é a observação clínica. Faz uma abordagem psicológica: perante a diversidade, o que há em comum na perspectiva psicanalítica, é o processo, as formas organizacionais, as estruturas. Nem tudo pode ser objectivado, nem tudo é susceptível de ser operacionalizado e medido. Freud tinha consciência disto, estando mais interessado na “compreensão” do que na “explicação”. Ele quer estabelecer relações entre variáveis, mas só no sentido em que lhe permitam atribuir um sentido coerente...

Words: 11945 - Pages: 48

Free Essay

Gestão de Recursos Humanos

...de recursos humanos é o conjunto de tarefas e responsabilidades em gerir pessoas. Os recursos humanos são um recurso, no entanto este recurso apresenta algumas diferenças relativamente aos outros recursos, que o tornam mais importante. Características dos recursos humanos: * Os recursos humanos gerem todos os outros recursos. Ou seja são sempre pessoas que analisam e organizam os recursos, controlam os seus resultados e avaliam o seu desempenho. Ora se as pessoas que trabalham na empresa não forem boas, a empresa não terá um bom desempenho, mesmo com ótimos recursos (não humanos). * São os Recursos humanos que decidem qual a tecnologia ou sistema a adotar. Se esta decisão for má tomada, a culpa das máquinas serem inadequadas não é da máquina mas sim de quem estudou e analisou as necessidades da empresa e acabou por escolher essa tecnologia. * Há diferentes tipos de decisões de Recursos Humanos: * Gestores de topo – É importante que o gestor de topo seja muito competente, pois as suas decisões comprometem todas a empresa. Quem decide deve ser: * Competente * Ter visão * Ser capaz de correr riscos * Basear-se em informação correta e realista * Gestor intermédio – Também aqui os resultados da empresa dependem da sua competência. O Gestor intermédio deverá ser: * Líder * Motivador * Competente * Dinâmico * Trabalhadores – A qualidade do pessoal é determinante sobretudo...

Words: 15723 - Pages: 63

Free Essay

Form

...gestores e formadores DIRIGIR FORMAR 1 out. /dez. 2012 Competitividade Separata ISSN 2182-7532 3€ Mercados e exportação MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO EMPREGO F ICHA TÉCNICA Í NDICE PROPRIEDADE Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. DIRETOR Octávio Oliveira RESPONSÁVEL EDITORIAL Maria Fernanda Gonçalves COORDENADORA Lídia Spencer Branco APOIO ADMINISTRATIVO Ana Maria Varela COLABORADORES Ana Maria Nogueira, Ana Teresa Penim, Carlos Barbosa de Oliveira, Carlos Fonseca, Fernando Ferreira, J. M. Marques Apolinário, João Cotter Salvado, José Serpa de Vasconcelos, Maria João Ferreira, Nuno Gama de Oliveira Pinto, Ruben Eiras, Teresa Souto, Vanda Vieira e Vitalino José Santos REVISÃO Laurinda Brandão ILUSTRAÇÕES Paulo Cintra e Plinfo Informação, Lda. REDAÇÃO E ASSINATURAS Departamento de Formação Profissional Direção das revistas DIRIGIR&FORMAR Tel.: 21 861 41 00 Ext.: 662342, 662719 e 662106 Fax: 21 861 46 21 Rua de Xabregas, n.º 52 – 1949-003 Lisboa E-mail: dirigir@iefp.pt DATA DE PUBLICAÇÃO outubro de 2012 PERIODICIDADE 4 números/ano CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO Plinfo Informação, Lda. Tel.: 217 936 265 Fax: 217 942 074 plinfo@plinfo.pt CAPA Rita Henriques IMPRESSÃO PERES-SOCTIP Indústrias gráficas, S. A. TIRAGEM 20 000 exemplares CONDIÇÕES DE ASSINATURA Enviar carta com nome completo, data de nascimento, morada, função profissional, empresa onde trabalha e respetiva área de atividade para: Rua de Xabregas, n.º 52 – 1949-003 Lisboa REGISTO Anotada...

Words: 36963 - Pages: 148

Free Essay

Estrategia

...Marketing Estratégico para PME’s Autor l Future Trends Coordenação Técnica l Mónica Montenegro Coordenação Pedagógica l António Jorge Costa Mónica Montenegro Direcção Editorial l Future Trends Concepção Gráfica e Revisão l Central de Informação Composição e Acabamentos l Central de Informação Capa e Contracapa l Central de Informação Data de Edição l Abril de 2005 3 IDENTIFICAÇÃO Área profissional Este curso destina-se a gestores e outros quadros superiores que intervenham ou possam intervir no processo de tomada de decisões nas empresas em que se encontram integrados. Curso/Saída profissional O curso de Marketing estratégico para PME’s serve essencialmente para fornecer competências a indivíduos que exerçam ou pretendam exercer funções que impliquem tomada de decisões nas áreas de planeamento, bem como possibilitar o desenvolvimento de estratégias de marketing adequadas às PME’s. Nível de formação/qualificação Para a frequência deste curso, os formandos deverão possuir formação de nível IV ou nível V. Os formandos deverão ainda ter conhecimentos de inglês. Componente de formação Este curso tem inerente uma componente de formação teórica e uma outra com um carácter prático, que visam a adequação dos conceitos às realidades dos formandos. Unidade(s) de formação Este curso é composto por três módulos, que a seguir se nomeiam: • Estratégias de marketing – Enquadramento • Marketing mix • Análise de mercado 4 FORMANDO MARKETING ESTRATÉGICO PARA...

Words: 51786 - Pages: 208

Free Essay

Voce Precisa Aprender Mais

...SENADO FEDERAL SECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Texto consolidado até a Emenda Constitucional nº 71 de 29 de novembro de 2012 Brasília - 2012 Sumário Preâmbulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Título I - Dos Princípios Fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo I - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo II - Dos Direitos Sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo III - Da Nacionalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo IV - Dos Direitos Políticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo V - Dos Partidos Políticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...

Words: 68070 - Pages: 273