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Riscos Profissionais Na Atividade Hoteleira

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ESTG – Técnicas e Gestão Hoteleira

Riscos Profissionais na Atividade Hoteleira
Segurança Higiene e Saúde no Trabalho
Cláudio Marques Pedro Passos Kristal Souza Luis Miguel Grilo

2013

Índice

Introdução .................................................................................................................... 0 Atividade Hoteleira – Secções ...................................................................................... 2 Atividade Hoteleira – Riscos e Prevenção .................................................................... 4 Riscos: ....................................................................................................................... 4 Psicossociais ................................................................................................... 4 Físicos ............................................................................................................. 4 Ruido .............................................................................................................. 5 Climatização ................................................................................................... 5 Incêndios ........................................................................................................ 5 Substâncias tóxicas e perigosas...................................................................... 5 Iluminação...................................................................................................... 5 Biológicos ....................................................................................................... 6 Medidas de Prevenção: ............................................................................................ 7 Riscos psicossociais. .............................................................................................. 7 Riscos Físicos ......................................................................................................... 7 Riscos associados ao Ruido ................................................................................... 8 Riscos de Climatização .......................................................................................... 8 Riscos de Incêndios ............................................................................................... 8 Riscos de Substâncias Tóxicas e Perigosas ............................................................ 8 Riscos Associados à Iluminação ............................................................................. 9 Riscos Biológicos .................................................................................................. 9 Conclusão ................................................................................................................... 10 Bibliografia ................................................................................................................. 11 Índice Legislativo .............................................................. Error! Bookmark not defined.

Introdução
Nos dias de hoje, sabemos que qualquer atividade laboral, por mais simples ou inofensiva que pareça, tem associados riscos das mais variadas vertentes. Mesmo na atividade hoteleira, existem fontes de perigo suscetíveis de se traduzirem em riscos para os funcionários. Segundo Kolluru
(1996, p. 1.13)

requisitos do seu posto de trabalho, em termos de equipamento e cuidados necessários. A hotelaria ou sector hoteleiro, onde se foca o nosso trabalho, representa um sector de

importância extrema na economia do nosso país. Por isso, se olharmos para as estatísticas de quantas dormidas, número de hóspedes e tamanho das receitas geradas no último ano, percebemos que só o trânsito de pessoas dentro de um espaço único represente um ponto a ser estudado e avaliado de forma séria, embora muitas vezes se pense que os setores laborais de prestação de serviços não precisam de um controlo e prevenção de riscos. A um nível mais estreito, a própria existência de secções com funções das mais variadas dentro de uma unidade

“Um perigo é um agente ou físico (incluindo-se a

químico,

biológico

radiação eletromagnética) ou um conjunto de condições que apresentam uma fonte de risco mas não o risco em si” e ainda segundo Sanders e McCormick (1993, p. 675) “Risco é a probabilidade ou chance de lesão ou morte”. Assim, uma empresa qualificada deve sempre ter em consciência que o seu sucesso passa pela identificação, prevenção e controlo de perigos e riscos, para que assim possa evitar lesões e doenças profissionais graves que levam a

hoteleira, fornece um leque de possíveis pontos críticos, relacionados com o manuseamento de cargas, produtos, esforços repetitivos e exposição a climatização, entre outros. Com este trabalho pretendemos então fazer um levantamento minucioso e pormenorizado da existência de elementos alarmantes em cada

indenizações e penalidades que marcam o nome da entidade. Para esse fim, existe toda uma legislação de apoio, que dá a conhecer tanto às entidades patronais quanto aos trabalhadores, os deveres e direitos relativos à segurança e higiene no trabalho, diretrizes e penalizações aplicáveis. Esta legislação tem como princípio base a prevenção dos riscos por parte do empregador. No entanto, a prevenção é também uma tarefa do próprio empregado, pois deve ter sempre em atenção os

secção e em cada função existente dentro das mesmas, relacionando a legislação em vigor com os pontos abordados.

Atividade Hoteleira –
Secções
Numa ótica de prevenção, focamos o objeto no nosso trabalho na análise das várias secções de um hotel, bem como nos riscos que lhes são inerentes e respetivas medidas preventivas. Visto que os perigos e riscos na atividade profissional hoteleira se cruzam de forma idêntica nas variadas seções, procedemos primeiro a uma descrição das mesmas para que melhor se compreenda o tipo de funções que são

Secção responsável por todo o abastecimento da unidade, encomendando e respondendo a

requisições internas de produtos. Alem disso, cabe a esta secção o acondicionamento e inerente manuseamento de todas as existências da unidade, pelo que sendo estas das mais variadas qualidades, desde alimentos a produtos tóxicos, bem como das mais variadas formas e pesos, podemos identificar alguns riscos importantes a serem prevenidos. Back- Office Sendo uma secção de gestão de todos os outros departamentos, lida diariamente com muitas

desempenhadas. Receção (front-office) Secção responsável por rececionar e atender as pessoas, sendo que é o primeiro elo de ligação no binómio cliente/hotel, mantendo um contato direto e imediato com os mesmos. Esta secção inclui os/as rececionistas, porteiros, bagageiros, lift-attendant, consierge, doorman, que pelo desempenho de diferentes funções, agregam entre si ricos diversos. Serviço de Andares É a segunda secção de extrema importância dentro de um hotel. Responsável por toda a organização e manutenção de limpeza dos quartos, andares e demais espaços públicos, pelo que a constante movimentação dentro do hotel e o manuseamento de produtos se pode traduzir nos mais variados riscos. Economato

pessoas e diferentes funções que tem que coordenar. Aqui podemos ver principalmente riscos associados ao stress.

Manutenção Como o próprio nome diz, é o departamento ao qual cabe a verificação das condições da unidade, quer em aparelhos, espaços ou danos pontuais, pelo que está exposto a diversos pontos de perigo, relacionados com cargas elétricas e riscos físicos. Lavandaria Quando existente, assegura toda a limpeza e fornecimento tanto de material necessário ao funcionamento do hotel, como toalhas, lençóis, quanto tem ao cuidado a roupa dos próprios hóspedes. Aqui, o manuseamento de produtos tóxicos e a exposição a ruido produzido pela maquinaria pode representar um risco.

Atividade Hoteleira –
Riscos e Prevenção
Riscos:

atitudes e objetivos conflituosos, contribui para a tensão excessiva e pode até originar episódios violentos ou de assédio.



Físicos
a)



Psicossociais

Movimentação de cargas e lesões músculoesqueléticas – o constante manuseamento de cargas, consequente trabalho repetitivo e posturas incorretas, causam lesões musculares, nas articulações, tendinites e atrofia de tendões e nervos, sendo que a zona da coluna e membros superiores é a mais afetada. Isto ocorre devido à natureza repetida dos esforços, sua intensidade em função de um determinado período de tempo, normalmente longo. Em casos mais graves, estas lesões podem mesmo

Trabalho antissocial no sector da hotelaria:
 47,5% dos trabalhadores trabalham 10 ou

mais horas por dia, pelo menos uma vez por mês.
 Os trabalhadores trabalham uma média de

43,4 horas por semana.
 71% dos trabalhadores trabalham à noite,

entre as 18 e as 22 horas.
 45% trabalham à noite, entre as 22 e as 5

horas.
 83% trabalham aos sábados e 69% aos

domingos.
 36% afirmam que

traduzir-se em traumatismos agudos, tais como fraturas. Podemos também referir o caso dos trabalhos que exigem posturas em pé durante longas horas, bem como o caso dos trabalhadores sazonais que não têm a habituação necessária a tipos de trabalho pesados.

os horários não são

compatíveis com os compromissos familiares ou sociais. Sendo o trabalho de alguns departamentos como a receção e o back-office, constituído por essencialmente exigentes tarefas intelectualmente organizacionais, e de

interdependência entre secções, as falhas de apoio e entreajuda, os longos períodos de trabalho mental e consequente esgotamento psicológico, são motivos de stress e tensão acumulada por entre os funcionários. Por outro lado, a constante interação com o público externo que pode ser diverso, desde clientes denominados “bons clientes” a clientes com

b) Quedas, escorregadelas, tropeções – um

dos riscos mais comuns da secção hoteleira e causado principalmente pelos

utilizadores, aquando da não utilização de equipamento devido, nomeadamente

calçado, que permite aderência e previna as quedas e também a movimentação rápida e passo acelerado devido ao ritmo

de trabalho. Por outro lado, as estruturas da própria unidade podem conter riscos, como a não instalação de corrimões nas escadas e a existência de pisos


diferença de temperatura interior/exterior, pode causar constipações.

Incêndios Os incêndios são um risco que se apresenta em qualquer sector de atividade e pode ocorrer pelas mais variadas causas. Neste

escorregadios, bem como a falta de sinalização e a acumulação de obstáculos.



Ruido Na hotelaria, mesmo excluindo a secção que envolve normalmente mais ruido, a cozinha, verifica-se que as restantes


caso, embora a fonte do incêndio possa não ser diretamente causada num

departamento, podem sere todos afetados igualmente. Substâncias tóxicas e perigosas A exposição e manuseamento de

secções, também são atingidas por este risco. O ruido em questão pode ser proveniente da ventilação, música,

conversas de colegas e clientes e todo o tipo de maquinaria que emita algum tipo de som, por menos percetível que seja, para o seu funcionamento. O próprio trabalho dos porteiros e chauffeurs leva-os à exposição a barulhos associados ao trânsito na rua e atividade inerente ao exterior. A exposição prolongada pode causar perdas de audição, bem como elevação dos níveis de stress. 


substâncias tóxicas e nocivas é frequente em vários sectores de um hotel, como no serviço de andares, economato, lavandaria e manutenção. Os riscos mais presentes são os de contacto com a pele, olhos, boca, sendo tóxicas ou também substâncias corrosivas, que podem provocar irritação, queimaduras, intoxicações e em casos mais graves, a morte.

Iluminação Os riscos associados a iluminação não adequada podem verificar-se tanto a nível psicológico, aumentando o stress no caso de luzes com forte encandeamento,

Climatização Ambientes que sirvam ao público exterior são normalmente climatizados, quer para manter temperaturas mais quentes no inverno como esfriar o ar no verão. Estes dispositivos não só climatizam como secam o ar, expondo os trabalhadores de uma receção à desumidificação e consequentes problemas respiratórios. Por outro lado, a

quanto em manifestações de nível fisico, como problemas oftalmológicos, dores de cabeça, o que se traduz em posturas ergonómicas incorretas e consequente menor produtividade e motivação.

 Biológicos A frequente exposição a diferentes

pessoas, inclusive pessoas de outras nacionalidades, neste ramo laboral, abre a possibilidade de contaminação viral, desde a mais simples constipação ou gripe, como outras doenças transmissiveis pelo ar e contacto humano. Além disso, em locais como o armazém (economato) há ainda o risco de agentes biológicos como fungos e também de maior escala, como ratos, insetos e afins.

Medidas de Prevenção: Riscos psicossociais.


necessária

para

que

conheçam

os

processos de prevenção. Artigos que corroboram: Lei 102/2009 – Art. 18º, 19º


Efetuar avaliações de riscos a nível da saúde e segurança no local de trabalho, melhorando-os. Cabe ao empregador, assegurar que o trabalho decorra em condições de segurança e saúde para o trabalhador, avaliando e combatendo

Fornecer

formações

regulares

aos

trabalhadores relativa a gestão de conflitos e problemáticas do atendimento, de modo a que se especializem a esse nível e consigam dar resposta às situações mais críticas que passa pela competência do próprio estado, desde a educação precoce nas escolas à formação profissional, a entidade

riscos na origem e adaptando os postos de trabalho, bem como os métodos e produção. Artigos que corroboram: Lei 102/2009 – Art. 15º, Art. 42º, Art. 48º


relacionando-se responsabilidade

também da

Levar a cabo um estudo de mapas de horários para que seja possível reduzir a carga implícita a cada funcionário.

empregadora com o fornecimento de formação aos trabalhadores. Artigos que corroboram: Lei 102/2009 – Art 9º; Art. 20º; Art. 22º



Realizar horários de trabalho mais flexíveis para que os trabalhadores possam conciliar a vida pessoal com a atividade profissional, criando também estruturas que permitam a guarda das crianças. Artigos que corroboram: Lei 102/2009 – Art. 5º, Art. 15º, Art. 16º



Racionalizar e delegar tarefas de modo a que cada funcionário não exceda uma determinada carga de trabalho. Artigos que corroboram: Lei 102/2009 – Art. 57º

Riscos Físicos
a)

Movimentação de cargas e lesões músculoesqueléticas – examinar as áreas de trabalho para identificar os possíveis riscos deste género, planificando formas de evitar a elevação e transporte manual de cargas; optar pela utilização de apoios mecânicos para ajudar ao transporte da carga; adaptar ergonomicamente os postos de trabalho aos trabalhadores e assegurar a



Tomar em consideração a opinião dos trabalhadores democraticamente, para

que estes possam contribuir nos processos de decisão, fornecendo toda a informação

sua instrução sobre a utilização dos mesmos; no caso de ser expressamente necessário o transporte manual, procurar colocar a carga o mais próximo possível do corpo; preparar as cargas de modo a que sejam mais leves ou em quantidades reduzidas; arrumar prateleiras e armários de forma segura. Artigos que corroboram: Lei 102/2009 – Art. 15º, Art. 17º, Art. 48º, Art. 57º
b) Quedas,

Artigos que corroboram: Lei 102/2009 – Art. 16º, Art. 17º, Art. 48º Riscos de Climatização  Regular adequadamente os dispositivos de ar condicionado, assegurando sempre a sua manutenção e optando pelos mais modernos e qualificados para uma

utilização frequente.  Evitar disparidades de temperatura muito acentuadas.

escorregadelas,

tropeções



Artigos que corroboram: Lei 102/2009 – Art. 13º, Art. 48º Riscos de Incêndios  Manter sempre as regras de prevenção de incêndios visíveis, bem como o material disponível instalado para utilização por parte dos trabalhadores e sinalética específica.  Verificar prazos de validade de extintores e se são os adequados para o tipo de fogo que pode ser gerado. Artigos que corroboram: Lei 102/2009 – Art.15º, Art.17º, Art.19º, Art.48º, Art.75º Riscos de Substâncias Tóxicas e Perigosas


manter as zonas de trabalho desobstruídas e limpas, utilizar calçado adequado;

verificar e adequar a iluminação; formar os trabalhadores para que mantenham um ritmo não acelerado nas suas tarefas; seguir as regras de segurança da utilização de escadotes e utilizá-los sempre para elevações, nunca substituindo a sua

utilidade por cadeiras ou bancos; equipar as escadas com corrimões e assinalá-las corretamente; colocar tapetes

antiderrapantes; prestar atenção e sinalizar as zonas menos visíveis como

congeladores, câmaras de refrigeração, zona de cargas e descargas e zona anterior aos bares. Artigos que corroboram: Art. 15º, Art. 17º Riscos associados ao Ruido  Eliminar ruídos perigosos no local de trabalho;   Usar equipamento auricular adequado; Evitar sons elevados e constantes.
 

Avaliar os riscos possíveis relativos às substâncias de usual utilização da unidade. Acondicionar sempre os produtos de risco, tais como produtos de limpeza, em zona própria e determinada, para que nunca sejam confundidos com alimentos. Utilizar equipamento próprio aquando do manuseamento e utilização dos produtos, tais como luvas, óculos de proteção, máscaras anti vapores e aventais.



Prover sempre aos trabalhadores todas as regras de utilização dos produtos, bem como regras de acondicionamento e o que fazer em caso de contaminação. Artigos que corroboram: Lei 102/2009 – Art.15º, Art.17º, Art.19º, Art. 48º



Seguir as normal de HACCP relativas ao controle de pragas, nomeadamente no economato, utilizando armadilhas próprias e produtos quimicos específicos. Artigos que corroboram: Lei 102/2009 –

Art.15º, Art.17º, Art.19º, Art. 48º

Riscos Associados à Iluminação


Equipar as àreas de serviço com iluminação adequada, económica e cansativa. de luz não



O ideal é luz natural, e adequar sempre ao espaço, exposição, clima e hora do dia.

 

Evitar o encandeamento direto e indireto. Ter em conta superficies refletoras e brilhantes.



Avaliar o espetro cromático que envolve a luz para que se criem efeitos desejados como o de excitação ou calmante, por exemplo, cores quentes como o vermelho, laranja, amarelo, são cansativas e

estimulantes, ao passo que cores frias como o azul, verde e roxo são calmantes. Riscos Biológicos  Utilizar elementos desinfetantes de uso individual como dispensadores de gel antibacteriano nas casas de banho de serviço.  Tomar medidas de precaução para evitar viroses mais frequentes e possíveis

epidemias conhecidas.  Controlar climatização para evitar a

propagação de fungos.

Conclusão
Qualquer atividade situada na área da prestação de serviços tem, como exemplificado neste levantamento de dados, riscos associados,

possível, ou pelo menos evitar acontecimentos desfavoráveis.

exatamente pelo facto de que a movimentação de pessoas, que aqui se verifica ser a grande escala, pois estatisticamente, ao longo de um período, são contabilizadas milhares de dormidas e passagens por estabelecimentos hoteleiros, se traduz numa panóplia de características pessoais diferentes. Além disso, o contacto humano com agentes físicos e biológicos, que numa atividade laboral é efetuado diariamente, integra um interesse das entidades e dos seus trabalhadores, em ser estudado, visto que esta interação tem inerentes perigos passíveis de se traduzirem em riscos, com valor muitas vezes incalculável para os empregadores, seja em matéria de reposição de funcionários, ou em prismas mais graves, na perda física de instalações ou aparição de doenças profissionais graves que significam encargos indemnizatórios relativos às partes lesadas, quando comprovada a doença pelo instituto da medicina no trabalho. Esta é de extrema importância, o que concluimos com este trabalho, pois possibilita o controlo da evolução da saúde dos trabalhadores, resguardando assim estes, bem como os empregadores, de possíveis problemas relacionados com a atividade laboral. Por todas estas razões, é de extrema importância não só estudar e levantar os riscos possíveis, como prever acontecimentos e formar entidades e colaboradores, a fim de eliminar as fontes, se

Bibliografia
Avaliação de Riscos na Restauração Prevenção de Acidentes no Sector da Hotelaria e Restauração Riscos Profissionais na Hotelaria e Restauração Hotelaria e Receção Profissionais Legislação Riscos na Armazenação Risco e Perigo Incêndios Prevenção de Doenças

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