O presente trabalho visa caracterizar a Suzano Papel e Celulose e diagnosticar os principais problemas relacionados à ergonomia e perdas no processo produtivo. trazendo informações sobre o seu mercado e os processos produtivos que nela ocorrem.
Em etapas seguintes será feita a definição do problema a ser estudado, o detalhamento do mesmo e uma proposta de solução, tanto sob o enfoque da produção quanto da ergonomia.
2. A Empresa
A Suzano Papel e Celulose é uma empresa de base florestal e uma das maiores produtoras de papel e celulose da América Latina, com atuação global em cerca de 80 países. Hoje a sua produção é de 2,9 milhões de toneladas/ano o que a coloca entre os 10 maiores produtores de celulose do mundo e a torna a segunda maior produtora de celulose de eucalipto do mundo.
A pessoa que viabilizará a realização deste trabalho junto à fábrica que a empresa tem na cidade de Suzano, é o Sr. Silva.
Figura 1 – Fábrica na cidade de Suzano
3. Mercado
O setor de papel e celulose envolve a fabricação de pastas celulósicas, com base em diversos tipos de matérias-primas fibrosas, principalmente a madeira, e em diversos tipos de papéis. Divide-se em segmentos conforme a sua finalidade, quais sejam: papel para embalagem, para imprimir e escrever, imprensa, cartão e cartolina, e para fins sanitários e especiais. Deste modo, a cadeia produtiva se estende desde as bases florestais até os produtos convertidos.
A indústria de papel e celulose é caracterizada pelo alto grau de investimento e pela longa maturação. A escala de produção das fábricas de pastas celulósicas é, em geral, muito elevada. As empresas costumam integrar todas as etapas do processo produtivo, atuando desde a exploração florestal até a comercialização de celulose ou de papel. A localização das fábricas está ligada à concentração dos ativos florestais das empresas.
O Brasil possui um mercado competitivo no setor de papel e celulose, graças principalmente ao solo e clima favoráveis e desenvolvimento de tecnologias que permitem alta produtividade e sustentabilidade da produção, feita exclusivamente a partir de florestas plantadas de eucalipto e pinus.
Uma dessas tecnologias que permitiu uma grande vantagem foi o desenvolvimento da celulose de fibra curta à base de eucalipto e a sua aceitação no mercado internacional. Esse tipo de celulose significou uma redução de custo e do tempo de corte da madeira, correspondentes a 25% do custo da celulose. O Brasil atualmente é líder mundial nesse segmento. Os dados encontram-se na tabela e no gráfico abaixo:
Figura 2 – Dados do segmento de celulose de fibra curta
Considerando o mercado mundial, o Brasil é o 6° maior produtor de celulose e o 11° de papel. As exportações brasileiras, que giravam em torno de um bilhão de dólares no início da década de 90, saltaram para US$ 4 bi contabilizando apenas o período entre Janeiro e Agosto de 2008. Figura 3 - Principais produtores mundiais
Esse crescimento foi proporcionado principalmente pelos investimentos das empresas no setor. Nos últimos 10 anos as empresas de papel e celulose aplicaram 12 bilhões de dólares na expansão de sua capacidade. Para o período 2003-2012 a perspectiva é de 15,2 bilhões em investimentos. Isso significa um aumento da produção e uma balança comercial do setor cada vez mais favorável. Figura 4 - Produção Brasileira de Celulose e Papel
Figura 5 – Balança Comercial do Setor 1990-2007
Um dos motivos é que o preço de produção de fibra no Brasil é muito baixo, um dos menores do mundo, e a qualidade é alta, levando as empresas estrangeiras aumentarem os montantes investidos, visando principalmente à exportação. Figura 6 – Principais investimentos
Uma pesquisa de 2007 feita pela PricewaterhouseCoopers indica um cenário ainda mais animador, com a América do Sul se tornando uma importante peça no mercado global da indústria florestal. Segundo ela, 5 dos 10 principais mercados produtores de polpa estarão na América do Sul até 2011. Isso tem um grande impacto no Brasil, que é o maior produtor da região com quase 70% do total.
Uma das grandes barreiras ao desenvolvimento do setor é o elevado custo do capital, seguido também pelos custos portuários e a elevada carga tributária. Tais problemas são agravados para os pequenos investidores, quando comparados à situação de grandes produtores, para os quais há apoio e financiamento governamental, com oferta de recursos a juros subsidiados.
A questão ambiental também é uma preocupação do setor, já que usualmente são utilizados produtos químicos que poluem e jogam-se dejetos em rios durante o processo de produção. Deste modo, existe uma rígida legislação ambiental para as empresas, significando uma barreira não tarifária imposta pelos países desenvolvidos para aqueles que não utilizam produtos recicláveis.
Outro desafio a ser superado é o baixo consumo de papel per capita no Brasil. Já houve uma evolução, saindo de 34 kg/habitante /ano em 1995 para 44kg em 2007, mas ainda encontra-se abaixo da média mundial de 58kg/habitante/ano e é quase irrisória quando comparada com a taxa dos Estados Unidos, de mais de 300kg.
Figura 7 – Consumo aparente per capita de papel
Os principais compradores de celulose são os Estados Unidos (20,9%), seguidos de Alemanha (16%) e China (12,1%). Para o mercado de papel os maiores compradores são a Argentina (19%), Estados Unidos (10,7%) e Itália (6,9%). Os principais concorrentes internacionais são Alemanha, Canadá, China, EUA, Finlândia, Indonésia, Japão e Suécia.
Internamente o setor também é altamente competitivo, contando com 220 empresas instaladas em 450 municípios de 17 estados. Todas as maiores empresas são verticalizadas desde a base florestal, apresentado um alto grau de automação industrial.
A partir da segunda metade dos anos 90, cresceu o movimento de fusões, aquisições e realizações de acordos estratégicos também no mercado nacional, em busca de ganhos de escala e maior controle das matérias-primas. A reestruturação produtiva e patrimonial da década passada contribuiu para aumentar o nível de concentração no setor papeleiro, com tendência à associação com grupos internacionais, dentro e fora do país.
As tabelas abaixo apresentam os maiores produtores de celulose e papel, respectivamente: Figura 8 - Maiores produtores de pasta Figura 9 - Maiores Produtores de Papel
Bibliografia
1. Setor de Papel e Celulose: Setembro de 2008. Bracelpa – Associação Brasileira de Celulosa e Papel.
2. Relatório Estatístico 2007/2008. Bracelpa – Associação Brasileira de Celulosa e Papel
3. O Mercado de Papel e Celulosa. Revista FAE BUSINESS, n.1, Novembro 2001
4. Setor de Papel e Celulosa no Brasil e no Mundo. Relatório do BNDES.
5. Mercado de Celulose e Papel. Votorantim Celulose e Papel
6. Brasil lidera mercado de papel e celulose na América do Sul. Jornal da Mídia – BA. 18/07/2007
7. Papel e Celulose. Análise Editorial